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Fiesp: governo tem de criar condições para reduzir juros

Para Paulo Skaf, cabe ao governo federal criar condições para reduzir os juros para um patamar mais próximo da média internacional

Fiesp: queda da confiança representa crescimento menor do setor (Bia Parreiras/VIAGEM E TURISMO)
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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2011 às 15h27.

São Paulo - O governo federal precisa criar condições para reduzir a taxa básica de juros para níveis mais próximos do patamar internacional. A avaliação foi feita hoje pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Na opinião do dirigente da Federação, considerando a média mundial de juros reais, que é de 0,4% ao ano conforme estudo da Fiesp divulgado hoje, e a projeção de inflação ao redor de 5,6% em 2012 segundo a pesquisa Focus, do Banco Central, o ideal para o Brasil seria que a taxa Selic estivesse atualmente em 6% ao ano.

Hoje, a taxa básica de juros está em 11,50% ao ano. "Se for 6,5% ou 7%, tudo bem, mas certamente 11% ou 12% está errado. Nós estamos em um momento muito oportuno para reduzir os juros", afirmou o presidente da Fiesp, que lançou hoje o "jurômetro", ferramenta que mensura o quanto o governo federal já gastou com os juros da dívida pública neste ano.

Para Skaf, cabe ao governo federal criar condições para reduzir os juros para um patamar mais próximo da média internacional. Questionado, ele não respondeu se é ou não favorável a mudanças nas regras de remuneração da caderneta de poupança. Em 2009, essas regras impediram uma diminuição mais intensa dos juros (caíram até 8,75% ao ano entre julho de 2009 e abril de 2010), durante a crise financeira mundial, sob o risco de fuga de capitais do mercado para a poupança. Na avaliação de Skaf, cabe ao governo federal encontrar uma forma de equilibrar a remuneração da poupança de forma a proteger investidores sem prejudicar a competitividade e o crescimento do País. "Os juros ainda estão muito distantes desse patamar de 8%. Quando chegarmos lá, voltamos a conversar."


Ainda de acordo com o estudo da Fiesp, o custo de capital de giro no País é mais elevado do que no exterior. Por essa razão, o impacto desse custo no valor da produção é de 6,67%, 4,6 pontos porcentuais acima do que o verificado em países como Chile, Itália, Japão, Malásia e Noruega. Segundo a entidade, o custo do capital de giro representa 7,5% do preço final dos produtos industrializados no País.

As despesas do governo federal com os juros da dívida pública, nos doze meses encerrados em setembro, foi de R$ 231,2 bilhões, o equivalente a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Fiesp. Se o País tivesse uma taxa de juros em nível internacional, de 1,78% ao ano, acrescenta, a despesa com juros seria de 0,8% do PIB. A Fiesp também aponta que uma redução nos juros diminuiria a carga tributária em 4,5 pontos porcentuais, de 33,6% para 29,1% do PIB. Se toda a economia obtida com a redução da Selic fosse destinada ao investimento público, acrescenta o estudo, a taxa de investimento aumentaria de 18,4% para 22,9% do PIB.

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São Paulo - O governo federal precisa criar condições para reduzir a taxa básica de juros para níveis mais próximos do patamar internacional. A avaliação foi feita hoje pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Na opinião do dirigente da Federação, considerando a média mundial de juros reais, que é de 0,4% ao ano conforme estudo da Fiesp divulgado hoje, e a projeção de inflação ao redor de 5,6% em 2012 segundo a pesquisa Focus, do Banco Central, o ideal para o Brasil seria que a taxa Selic estivesse atualmente em 6% ao ano.

Hoje, a taxa básica de juros está em 11,50% ao ano. "Se for 6,5% ou 7%, tudo bem, mas certamente 11% ou 12% está errado. Nós estamos em um momento muito oportuno para reduzir os juros", afirmou o presidente da Fiesp, que lançou hoje o "jurômetro", ferramenta que mensura o quanto o governo federal já gastou com os juros da dívida pública neste ano.

Para Skaf, cabe ao governo federal criar condições para reduzir os juros para um patamar mais próximo da média internacional. Questionado, ele não respondeu se é ou não favorável a mudanças nas regras de remuneração da caderneta de poupança. Em 2009, essas regras impediram uma diminuição mais intensa dos juros (caíram até 8,75% ao ano entre julho de 2009 e abril de 2010), durante a crise financeira mundial, sob o risco de fuga de capitais do mercado para a poupança. Na avaliação de Skaf, cabe ao governo federal encontrar uma forma de equilibrar a remuneração da poupança de forma a proteger investidores sem prejudicar a competitividade e o crescimento do País. "Os juros ainda estão muito distantes desse patamar de 8%. Quando chegarmos lá, voltamos a conversar."


Ainda de acordo com o estudo da Fiesp, o custo de capital de giro no País é mais elevado do que no exterior. Por essa razão, o impacto desse custo no valor da produção é de 6,67%, 4,6 pontos porcentuais acima do que o verificado em países como Chile, Itália, Japão, Malásia e Noruega. Segundo a entidade, o custo do capital de giro representa 7,5% do preço final dos produtos industrializados no País.

As despesas do governo federal com os juros da dívida pública, nos doze meses encerrados em setembro, foi de R$ 231,2 bilhões, o equivalente a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Fiesp. Se o País tivesse uma taxa de juros em nível internacional, de 1,78% ao ano, acrescenta, a despesa com juros seria de 0,8% do PIB. A Fiesp também aponta que uma redução nos juros diminuiria a carga tributária em 4,5 pontos porcentuais, de 33,6% para 29,1% do PIB. Se toda a economia obtida com a redução da Selic fosse destinada ao investimento público, acrescenta o estudo, a taxa de investimento aumentaria de 18,4% para 22,9% do PIB.

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