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Fiesp e CUT querem recriar câmara para discutir política industrial

O espaço reuniria representantes dos empresários, dos trabalhadores e do governo para debater medidas de incentivo ao setor no Brasil

Entre as ações sugeridas estão a redução da Selic e a desoneração da folha de pagamento (Laílson Santos/VEJA)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2011 às 14h35.

São Paulo – Empresários e sindicalistas vão propor ao governo a recriação de uma câmara tripartite para discussão de políticas de incentivo à indústria nacional. Essa câmara deve reunir representantes dos industriais, dos trabalhadores e do governo para elaborar medidas de proteção de empresas brasileiras e dos empregos gerados por elas.

A ideia de recriação da Câmara Setorial da Indústria foi divulgada hoje (23) por representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical e de sindicatos de metalúrgicos da capital e do ABC Paulista. A proposta para a montagem do grupo deve ser apresentada ao vice-presidente da República, Michel Temer, em um seminário programado para quinta-feira (26), em São Paulo.

Segundo empresários e sindicalistas, a ideia é que a câmara siga um modelo já adotado em 1992, na época da crise das montadoras do ABC. Naquela época, a discussão entre trabalhadores, empresários e o governo ajudou a encontrar soluções para a redução da produção de automóveis no país e para os cortes de empregos nas empresas.

Desta vez, de acordo com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a preocupação são “os ataques à indústria nacional pelos importados”. Ele afirmou que a produção nacional está ameaçada pela concorrência estrangeira e defendeu que o governo federal adote medidas para protegê-la.


Entre as ações sugeridas estão a redução da taxa básica de juros, a Selic, a desoneração da folha de pagamento, o fim da guerra fiscal entre estados, a limitação da entrada de capital estrangeiro especulativo no país e medidas de estímulo à inovação. Sindicalistas e empresários também defendem o reajuste do limite de isenção do Imposto de Renda e o não recolhimento de impostos sobre valores recebidos como Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Para o presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), essas medidas incentivariam o setor produtivo e o ajudariam a se manter competitivo ante a concorrência estrangeira, produzindo itens com mais tecnologia e valor agregado. “Quando você olha o país por cima, ele está muito bem. Mas quando você olha a indústria, a situação é grave”, afirmou. “Estamos virando um país de apertadores de parafuso.”

Sergio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e representante da CUT, também afirmou que a indústria brasileira precisa evoluir tecnologicamente. Só assim, segundo ele, os empregos gerados pelo setor serão mantidos nos próximos anos.

Nobre disse que, por falta de tecnologia e de políticas de incentivo à indústria nacional, o Brasil tem importado cada vez mais produtos manufaturados. Essa importação tem fechado postos de trabalho no Brasil. Nobre disse que, só no setor automotivo, 102 mil vagas de trabalho seriam abertas se o Brasil importasse menos carros e autopeças, de acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo Skaf, em todo o setor industrial, mais de 1 milhão de empregos poderiam ser criados com a redução do déficit da balança comercial de manufaturas. Em 2010, o Brasil importou US$ 72 bilhões a mais do que exportou só no que se refere a produtos industrializados. Ele disse que esse déficit deve chegar a U$ 100 bilhões em 2011.

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São Paulo – Empresários e sindicalistas vão propor ao governo a recriação de uma câmara tripartite para discussão de políticas de incentivo à indústria nacional. Essa câmara deve reunir representantes dos industriais, dos trabalhadores e do governo para elaborar medidas de proteção de empresas brasileiras e dos empregos gerados por elas.

A ideia de recriação da Câmara Setorial da Indústria foi divulgada hoje (23) por representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical e de sindicatos de metalúrgicos da capital e do ABC Paulista. A proposta para a montagem do grupo deve ser apresentada ao vice-presidente da República, Michel Temer, em um seminário programado para quinta-feira (26), em São Paulo.

Segundo empresários e sindicalistas, a ideia é que a câmara siga um modelo já adotado em 1992, na época da crise das montadoras do ABC. Naquela época, a discussão entre trabalhadores, empresários e o governo ajudou a encontrar soluções para a redução da produção de automóveis no país e para os cortes de empregos nas empresas.

Desta vez, de acordo com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a preocupação são “os ataques à indústria nacional pelos importados”. Ele afirmou que a produção nacional está ameaçada pela concorrência estrangeira e defendeu que o governo federal adote medidas para protegê-la.


Entre as ações sugeridas estão a redução da taxa básica de juros, a Selic, a desoneração da folha de pagamento, o fim da guerra fiscal entre estados, a limitação da entrada de capital estrangeiro especulativo no país e medidas de estímulo à inovação. Sindicalistas e empresários também defendem o reajuste do limite de isenção do Imposto de Renda e o não recolhimento de impostos sobre valores recebidos como Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Para o presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), essas medidas incentivariam o setor produtivo e o ajudariam a se manter competitivo ante a concorrência estrangeira, produzindo itens com mais tecnologia e valor agregado. “Quando você olha o país por cima, ele está muito bem. Mas quando você olha a indústria, a situação é grave”, afirmou. “Estamos virando um país de apertadores de parafuso.”

Sergio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e representante da CUT, também afirmou que a indústria brasileira precisa evoluir tecnologicamente. Só assim, segundo ele, os empregos gerados pelo setor serão mantidos nos próximos anos.

Nobre disse que, por falta de tecnologia e de políticas de incentivo à indústria nacional, o Brasil tem importado cada vez mais produtos manufaturados. Essa importação tem fechado postos de trabalho no Brasil. Nobre disse que, só no setor automotivo, 102 mil vagas de trabalho seriam abertas se o Brasil importasse menos carros e autopeças, de acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo Skaf, em todo o setor industrial, mais de 1 milhão de empregos poderiam ser criados com a redução do déficit da balança comercial de manufaturas. Em 2010, o Brasil importou US$ 72 bilhões a mais do que exportou só no que se refere a produtos industrializados. Ele disse que esse déficit deve chegar a U$ 100 bilhões em 2011.

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