Economia

Fiesp: corrupção no Brasil custa até R$ 69 bi ao ano

Estudo da entidade aponta que a renda per capita seria 15,5% mais elevada se houvesse menos desvios

Operação da Polícia Federal apreende milhares de reais (.)

Operação da Polícia Federal apreende milhares de reais (.)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2010 às 17h25.

São Paulo - Todo mundo sabe que a corrupção está presente em vários segmentos da sociedade, mas é difícil mensurar o tamanho da mazela. Agora, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) conseguiu contabilizar os prejuízos. 

Segundo dados de 2008, o custo médio anual da corrupção no Brasil representa de 1,38% a 2,3% do PIB, ou seja, gira em torno de R$ R$ 41,5 bilhões a R$ 69,1 bilhões.

No período entre 1990 e 2008, a média do PIB per capita do País era de US$ 7.954. O estudo do Departamento de Competitividade e Tecnologia da entidade apurou que se o Brasil estivesse entre os países menos corruptos, o valor iria para US$ 9.184 - um aumento de 15,5% na média do período, equivalente a 1,36% ao ano.

Entre 180 países que fazem parte do ranking da corrupção elaborado pela Transparência Internacional, o Brasil está na 75ª colocação. Numa escala de zero a 10, sendo que números mais altos representam países menos corruptos, o Brasil tem nota 3,7 contra uma média mundial de 4,03 pontos.

Simulações

A Fiesp estimou quanto a União poderia investir em diversas áreas econômicas e sociais caso a corrupção fosse menos elevada.

Educação - O número de matriculados na rede pública do ensino fundamental saltaria de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos, aumento de 47,8%.

Saúde - Nos hospitais públicos do SUS, a quantidade de leitos para internação, que hoje é de 367.397, poderia crescer 89%.

Habitação - O número de moradias populares cresceria consideravelmente. A perspectiva do PAC é atender 3.960.000 de famílias; sem a corrupção, outras 2.940.371 poderiam entrar nessa meta, ou seja, alta de 74,3%.

Saneamento - A quantidade de domicílios atendidos, segundo a estimativa atual do PAC, é de 22.500.000. O serviço poderia crescer em 103,8%. Isso diminuiria os riscos de saúde na população e a mortalidade infantil.

Infraestrutura - Aos 2.518 km de ferrovias, conforme as metas do PAC, seriam acrescidos 13.230 km, aumento de 525% para escoamento de produção. Os portos também sentiriam a diferença, saltando dos atuais 12 para 184, um incremento de 1537%. Além disso, o montante absorvido pela corrupção poderia ser utilizado para a construção de 277 aeroportos, um crescimento de 1383%.

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