Economia

Fazenda comemora alta do PIB, mas espera desaceleração em 2024 com tragédia no RS

Para governo, medidas de auxílio fiscal e de crédito devem reduzir os impactos, mas os efeitos devem se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres

Porto Alegre e os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul (05/05/24) (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação)

Porto Alegre e os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul (05/05/24) (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 4 de junho de 2024 às 09h45.

Última atualização em 4 de junho de 2024 às 10h42.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, em nota publicada nesta terça-feira, 4, afirmou que o crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestres apresenta uma aceleração do nível de atividade econômica. O maior nível de geração de riquezas no país, segundo a pasta, decorreu do melhor desempenho do setor de serviços, da indústria de transformação, do comércio, impulsionados pelo aumento do consumo das famílias e dos investimentos.

"O avanço da massa de rendimento e das concessões de crédito auxiliam a explicar a trajetória de maior crescimento no primeiro trimestre de 2024, devendo seguir como vetores propulsores da atividade em 2024", informou a SPE.

Segundo o Ministério da Fazenda, o resultado ficou acima das projeções de mercado (0,7%) impulsionado pelo crescimento acima do esperado do setor de serviços, impulsionado pela massa de rendimentos, das concessões de crédito e o pagamento de precatórios.

Tragédia no Sul afetará crescimento, diz Fazenda

Entretanto, a recuperação observada entre janeiro e março desde ano não deve ser registrada ao longo do ano, informou o governo, diante da tragédia climática no Rio Grande do Sul. Sem divulgar uma projeção, o Ministério da Fazenda avaliou que a expectativa é de desaceleração do ritmo de crescimento.

"A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas, uma vez que são proporcionalmente mais importantes no PIB do estado que no PIB nacional. No setor de serviços, atividades como transportes e outras atividades de serviços também devem ser impactadas pela calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e as restrições no provimento de serviços pessoais, de alimentação e de alojamentos", informou.

Para a SPE, as medidas de auxílio fiscal e de crédito devem reduzir os impactos negativos da tragédia, mas os efeitos devem "se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres".

"Dessa maneira, mesmo com o resultado positivo e similar ao projetado pela SPE no primeiro trimestre, restam incertezas a respeito da estimativa de crescimento para 2024", informou a pasta. 

Acompanhe tudo sobre:PIBPIB do BrasilMinistério da FazendaEnchentes no RS

Mais de Economia

Relatório da LDO de 2025 aperta regras de contingenciamento do Orçamento

TCU determina que governo tome providências para impedir uso de Bolsa Família em bets

Projeto do pacote fiscal que muda BPC e salário mínimo deve ser votado nesta quarta, diz relator