Fatura de R$144 bi em títulos espera pelo Brasil no Ano Novo
O Brasil inicia 2016 com R$ 141,2 bilhões em títulos locais e mais R$ 2,8 bilhões em títulos em reais emitidos no exterior com vencimento em janeiro para pagar
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 20h05.
O Brasil inicia 2016 com uma conta grande a pagar: R$ 141,2 bilhões em títulos locais e mais R$ 2,8 bilhões em títulos em reais emitidos no exterior com vencimento nos primeiros dias de janeiro.
É o maior pagamento a ser feito pelo País até pelo menos 2020 e não poderia vir em um momento pior com custos para captação em alta após ano em que Brasil foi verdadeiramente punido.
Não só um escândalo de corrupção ajudou a induzir a economia para recessão , provocando uma onda de falências e desemprego, mas também alimentou uma paralisia política que impede parlamentares de se concentrar em medidas que poderiam trazer uma transformação econômica.
O cenário deixou de lado meta de prolongamento do vencimento da dívida, redução de custos e aumento da fatia de títulos prefixados na composição do endividamento. A piora do perfil de crédito ameaça tornar mais difícil a tarefa do Brasil de evitar rebaixamentos na classificação.
A Standard & Poor’s já reduziu a nota do país para junk e a Moody’s disse em 9 de dezembro que colocou o Brasil em análise para um rebaixamento.
“Investidores estão naturalmente pedindo prêmios mais altos para deter títulos mais curtos e o governo tem de lidar com isso mesmo que não queira”, diz Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, que espera que o Brasil receba das agências de rating seu 2º rebaixamento para junk no 1º trimestre de 2016. "Apesar de o mercado já estar precificando isso por um tempo, quando acontecer de fato vai levar a um aumento no custo de financiamento para o país. O que já está caro pode piorar".
O custo da dívida dos títulos locais subiu para 13,31% em outubro, 2,98 pp acima do nível de 2013, segundo dados do Tesouro; prazo médio dos novos títulos locais ofertados em 2014 caiu para cerca de 9,6 meses, de 35 meses, enquanto proporção de dívida prefixada no total diminuiu de 41,54% para 40,09%.
O Brasil só voltará a ter outro vencimento de dívida externa soberana em janeiro de 2017. O País não emitiu no exterior neste ano, o que não ocorria desde 1994.
O Tesouro disse por e-mail, em resposta a perguntas, que está preparado para pagar todas as obrigações do país que vencem em janeiro. A instituição manterá sua estratégia de emitir novas notas ao longo do ano em antecipação a grandes pagamentos de dívidas, e não apenas durante os meses nos quais as notas expiram, disse a instituição.
Embora os custos estejam crescendo e os prazos se tornando mais curtos, o Brasil não está tendo problema para refinanciar sua dívida, disse Juliano Ferreira, estrategista de renda fixa da Icap do Brasil CTVM. Isso não mudará em 2016, disse ele.
“Mesmo com aumento de volatilidade, o Tesouro conseguiu controlar bem o mercado nos momentos de maior estresse”, disse Juliano Ferreira, estrategista da ICAP do Brasil, um dos dealers credenciados pelo Tesouro. “Mesmo que passando um pouco dos parâmetros da PAF, o Tesouro provavelmente conterá o grande vencimento desse primeiro semestre de 2016 com emissões de LFT sim. Obviamente que condições de mercado serão sempre avaliadas. Mas o Tesouro não deve enfrentar grandes dificuldades”, disse ele.
Para aumentar a demanda no mercado local, o governo brasileiro vem oferecendo mais LFTs e títulos prefixados com prazos mais curtos. O Banco Central aumentou a Selic em 7pp desde março de 2013 para 14,25 por cento.
“O mercado está claramente pedindo prêmios em meio à falta de confiança nesse governo”, disse Cleber Alessie, trader da H.Commcor, de São Paulo. “É difícil dizer no momento por quanto tempo mais essas condições vão prevalecer. Ainda existem muitas incertezas”.
O Brasil inicia 2016 com uma conta grande a pagar: R$ 141,2 bilhões em títulos locais e mais R$ 2,8 bilhões em títulos em reais emitidos no exterior com vencimento nos primeiros dias de janeiro.
É o maior pagamento a ser feito pelo País até pelo menos 2020 e não poderia vir em um momento pior com custos para captação em alta após ano em que Brasil foi verdadeiramente punido.
Não só um escândalo de corrupção ajudou a induzir a economia para recessão , provocando uma onda de falências e desemprego, mas também alimentou uma paralisia política que impede parlamentares de se concentrar em medidas que poderiam trazer uma transformação econômica.
O cenário deixou de lado meta de prolongamento do vencimento da dívida, redução de custos e aumento da fatia de títulos prefixados na composição do endividamento. A piora do perfil de crédito ameaça tornar mais difícil a tarefa do Brasil de evitar rebaixamentos na classificação.
A Standard & Poor’s já reduziu a nota do país para junk e a Moody’s disse em 9 de dezembro que colocou o Brasil em análise para um rebaixamento.
“Investidores estão naturalmente pedindo prêmios mais altos para deter títulos mais curtos e o governo tem de lidar com isso mesmo que não queira”, diz Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, que espera que o Brasil receba das agências de rating seu 2º rebaixamento para junk no 1º trimestre de 2016. "Apesar de o mercado já estar precificando isso por um tempo, quando acontecer de fato vai levar a um aumento no custo de financiamento para o país. O que já está caro pode piorar".
O custo da dívida dos títulos locais subiu para 13,31% em outubro, 2,98 pp acima do nível de 2013, segundo dados do Tesouro; prazo médio dos novos títulos locais ofertados em 2014 caiu para cerca de 9,6 meses, de 35 meses, enquanto proporção de dívida prefixada no total diminuiu de 41,54% para 40,09%.
O Brasil só voltará a ter outro vencimento de dívida externa soberana em janeiro de 2017. O País não emitiu no exterior neste ano, o que não ocorria desde 1994.
O Tesouro disse por e-mail, em resposta a perguntas, que está preparado para pagar todas as obrigações do país que vencem em janeiro. A instituição manterá sua estratégia de emitir novas notas ao longo do ano em antecipação a grandes pagamentos de dívidas, e não apenas durante os meses nos quais as notas expiram, disse a instituição.
Embora os custos estejam crescendo e os prazos se tornando mais curtos, o Brasil não está tendo problema para refinanciar sua dívida, disse Juliano Ferreira, estrategista de renda fixa da Icap do Brasil CTVM. Isso não mudará em 2016, disse ele.
“Mesmo com aumento de volatilidade, o Tesouro conseguiu controlar bem o mercado nos momentos de maior estresse”, disse Juliano Ferreira, estrategista da ICAP do Brasil, um dos dealers credenciados pelo Tesouro. “Mesmo que passando um pouco dos parâmetros da PAF, o Tesouro provavelmente conterá o grande vencimento desse primeiro semestre de 2016 com emissões de LFT sim. Obviamente que condições de mercado serão sempre avaliadas. Mas o Tesouro não deve enfrentar grandes dificuldades”, disse ele.
Para aumentar a demanda no mercado local, o governo brasileiro vem oferecendo mais LFTs e títulos prefixados com prazos mais curtos. O Banco Central aumentou a Selic em 7pp desde março de 2013 para 14,25 por cento.
“O mercado está claramente pedindo prêmios em meio à falta de confiança nesse governo”, disse Cleber Alessie, trader da H.Commcor, de São Paulo. “É difícil dizer no momento por quanto tempo mais essas condições vão prevalecer. Ainda existem muitas incertezas”.