Falta de investimento ameaça competitividade das exportações
A produtividade da indústria de transformação brasileira estagnou nos últimos dois anos e essa a paralisação ameaça a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Segundo consta do boletim Comércio Exterior em Perspectiva, divulgado nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a perda de competitividade só não afetou as exportações por conta da forte […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.
A produtividade da indústria de transformação brasileira estagnou nos últimos dois anos e essa a paralisação ameaça a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Segundo consta do boletim Comércio Exterior em Perspectiva, divulgado nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a perda de competitividade só não afetou as exportações por conta da forte desvalorização do real _mas os ganhos com a desvalorização cambial, a história já demonstrou, não são sustentáveis no longo prazo. A evolução da competitividade dos produtos brasileiros não é considerada favorável no curto prazo pela entidade. A expectativa para este ano, por exemplo, é tida como moderada .
A análise da CNI levou em consideração os índice de produtividade da mão-de-obra na indústria. No triênio 2000/2002 a produtividade caiu em relação ao triênio anterior, 1997/1999: ficou em 2,3% ao ano, contra 5,1%. É importante ressaltar que esse indicador aponta um movimento de redução do crescimento da produtividade em quase todos os 18 países avaliados no período, mas a perda de desempenho da indústria foi mais acentuada no Brasil. O país caiu da quarta para a 10 posição no ranking que inclui Estados Unidos, Argentina, México, Coréia do Sul e Alemanha.
Na avaliação do boletim da CNI, o baixo crescimento da produtividade a partir do ano 2000 reflete as inseguranças causadas por sucessivas crises domésticas e internacionais. As empresas postergam a retomada dos investimentos, essenciais na adoção de novas tecnologias. Sem uma recuperação mais significativa do crescimento da produtividade industrial, os ganhos de competitividade conquistados na década de 90 ficam ameaçados , diz o texto do boletim. É imperativo a recuperação do nível de investimento, sobretudo voltado à inovação tecnológica.
Para a CNI, três fatores afetam a competitividade das empresas no longo prazo. Na esfera da empresa, pesam questões como produtividade, capacidade gerencial, logística, marketing e capacidade de inovação. Existem ainda as condições estruturais, que envolvem o mercado onde a empresa está inserida, e também os fatores chamados de sistêmicos ou seja macroeconômicos, onde pesam questões como sistema financeiro e política fiscal.