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Exposição a Câmbio não é relevante a empresas brasileiras

Segundo Carlos Hamilton, é pequeno o número de companhias do país que se endivida em moeda estrangeira

Carlos Hamilton Araújo: "é pequeno o número de companhias do país que se endivida em moeda estrangeira" (Divulgação/Banco Central)
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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 11h02.

São Paulo - O endividamento externo das empresas brasileiras permanece pequeno da perspectiva do risco cambial, disse nesta sexta-feira o diretor de Política Econômica do Banco Central , Carlos Hamilton, em evento organizado pelo BC em São Paulo, acrescentando que é pequeno o número de companhias do país que se endivida em moeda estrangeira.

"Não surpreende que o acompanhamento feito pelo Banco Central indique não haver exposição líquida relevante à variação cambial de incorporações não financeira", disse.

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Ao fazer essa avaliação, o diretor acrescentou que o nível de endividamento de empresas brasileiras em moeda estrangeira diminiu nos últimos anos.

"No que se refere à exposição ao risco cambial --aspecto com frequência lembrado em momentos de transição-- cabe notar que o endividamento externo das empresas brasileiras permanece pequeno, e, se ajustado pelo endividamento total, recuou no pós-crise de 2008."

Os comentários de Carlos Hamilton ocorrem num momento em que o banco central dos Estados Unidos reduz seus estímulos monetários e a política cambial surge no debate econômico eleitoral brasileiro.

Em entrevista à Reuters no início do mês, o economista Mansueto Almeida, que integra a equipe de coordenação do programa econômico do candidato do PSDB, Aécio Neves, disse que um eventual governo tucano retomaria a livre flutuação da taxa de câmbio.

Carlos Hamilton, que nesta sexta-feira fez a abertura do evento IX Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, não fez comentários sobre inflação ou desempenho da economia, mantendo sua apresentação restrita à análise estrutural do crédito, supervisão e regulação do sistema financeiro e endividamento de famílias e empresas.

Ele disse que o debate sobre o endividamento externo das empresas brasileiras não financeiras tem dado atenção aos volumes captados por afiliadas no exterior e que esses recusos somam 115 bilhões de dólares, sendo 74 bilhões de dólares internalizados via empréstimos intercompany.

"Dessa forma, esses 74 bilhões de dólares estão contabilizados nas estatísticas sobre endividamento externo, produzidas e publicadas pelo Banco Central. O restante, os outros 39 bilhões, ampliaram o estoque de ativos estrangeiros de empresas não financeiras brasileiras, como reflete, por exemplo, o fato de, em 2013, o Brasil ter sido o segundo maior investidor direto estrangeiro na União Europeia", informou o diretor.

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