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Executivos em Davos criticam política de Trump e citam prejuízo a negócios

Com a tensão comercial, os investidores lamentam o esfriamento da segunda maior economia do mundo, da qual estão mais dependentes

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Yuri Gripas/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 15h41.

Davos - No palco principal do Fórum Econômico Mundial no ano passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , afirmara aos principais executivos do mundo que o país é um ótimo lugar para se investir. Mas não foi bem isso o que aconteceu.

O investimento estrangeiro direto nos EUA caiu em 2018 e companhias reunidas na cúpula econômica na Suíça este ano afirmam estarem preocupados com a guerra comercial iniciada por Trump contra a China, em meio a receios de que a disputa prejudicará a economia global e os investimentos ainda mais.

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Uma das principais reclamações nesta semana: companhias cada vez mais dependentes de consumidores na China tiveram que reduzir perspectivas de negócios diante do esfriamento da segunda maior economia do mundo.

E apesar do governo dos EUA ter reduzido impostos e eliminado regulamentações para atrair novos investimentos, uma onda de cautela está pressionando muitas indústrias no país.

"A guerra comercial foi muito prejudicial para a agricultura dos EUA", disse David MacLennan, presidente-executivo da Cargill, que anunciou resultados piores que o esperado em janeiro. "Quando mais isso durar, pior vai ficar", acrescentou.

O investimento estrangeiro nos EUA, incluindo fusões e aquisições e empréstimos por subsidiárias de uma mesma empresa, caiu cerca de 18 por cento em 2018, segundo a Conferência de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad).

Isso é próximo da queda de 19 por cento ocorrida no investimento direto estrangeiro no mundo. Mas é notável após a reforma tributária e a liberação regulatória promovidas por Trump. Em janeiro passado, em Davos, muitos executivos disseram que planejavam investir nos EUA.

Na China, o investimento estrangeiro cresceu 3 por cento em 2018. Na Índia, a expansão foi de 7 por cento.

Alan Jope, presidente-executivo da Unilever , afirmou que os EUA continuam sendo um bom mercado para seus produtos. Mas é a China, onde a Unilever juntou forças no ano passado com a gigante de comércio eletrônico JD.com , que se tornou o mercado mais resiliente.

Jope afirmou que a China "é uma de nossas mais confiáveis fontes de crescimento. A China provê a nova estabilidade ao mercado de bens de consumo".

A guerra comercial de Trump contra a China é um dos principais assuntos em Davos este ano, mesmo sem a presença de do presidente norte-americano e do colega chinês Xi Jinping.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento global e uma pesquisa da PwC com quase 1.400 presidentes de empresas mostrou aumento de pessimismo.

A pesquisa da PwC afirma que 27 por cento dos executivos fora dos EUA consideram o país como o principal destino para crescimento potencial, ante 46 por cento em 2018.

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