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Europa evita recessão graças à alta do PIB alemão

Após quedas de 0,3% nos últimos três meses de 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro e do conjunto da União Europeia se manteve estável

A alta da economia alemã, impulsionada pelo comércio exterior e a demanda interna, contrasta com o crescimento nulo da França e com a confirmação da recessão na Espanha (Ralph Orlowski/ Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 21h06.

Bruxelas - A economia europeia se salvou da recessão no primeiro trimestre de 2012 graças à aceleração da locomotiva alemã, que permitiu compensar os dados ruins de países como Reino Unido, França, Itália e Espanha.

Após quedas de 0,3% nos últimos três meses de 2011, o Produto Interno Bruto ( PIB ) da zona do euro e do conjunto da União Europeia se manteve estável no primeiro trimestre deste ano, segundo os primeiros dados divulgados nesta terça-feira pelo Eurostat.

A Europa se esquivou da recessão pela surpreendente recuperação da Alemanha, que cresceu 0,5% apenas três meses após ter registrado sua primeira contração desde 2009.

''A economia alemã superou a fase de emfraquecimento conjuntural do inverno. Após um ligeiro retrocesso no último trimestre de 2011, a atividade econômica voltou a tomar impulso'', disse hoje em Berlim o ministro de Economia alemão, Philipp Rössler, ao comentar os números.

Rössler explicou ainda que, apesar dos riscos que existem na Europa, a economia do país continua desfrutando de boa saúde, e ressaltou o fato de que a geração de empregos segue em elevação.

A alta da economia alemã, impulsionada pelo comércio exterior e a demanda interna, contrasta com o crescimento nulo da França e com a confirmação da recessão na Espanha (onde o PIB encadeia uma segunda queda trimestral de 0,3%) e, sobretudo, na Itália.

A economia italiana registra três trimestres consecutivos em números negativos e, além disso, cada vez piores: -0,2% no terceiro trimestre de 2011, -0,7% no quarto e -0,8% nos três primeiros meses de 2012.


A zona do euro, com exceção da Alemanha, continua sofrendo os efeitos da crise, inclusive em países que durante muito tempo deram a impressão de estar a salvo, como é o caso da Holanda, que se manteve em recessão com queda de 0,2 % do PIB.

Seguem também em recessão Portugal (-0,1%) e Chipre (-0,3%) e, embora o escritório estatístico comunitário não tenha dados disponíveis sobre estes casos, previsivelmente também estão incluídos nesta lista Grécia e Irlanda.

Dos 11 países da zona do euro para os quais há dados disponíveis, em cinco o PIB sofreu redução no primeiro trimestre, na França se manteve estável e as altas foram modestas em outros como Áustria (0,2%) e Bélgica (0,3%), que vinham de maus números no final do ano passado.

Acima do 0,5% da Alemanha - que aumenta a distância para as outras grandes economias do euro -, aparecem apenas Finlândia (alta de 1,3%) e Eslováquia (0,8%).

O porta-voz comunitário de Assuntos Econômicos, Amadeu Altafaj, afirmou em entrevista coletiva que esse crescimento ''desigual'' e essas ''divergências'' na eurozona se devem em grande medida ao fato de que os países que fizeram melhores ''reformas estruturais'' no passado estão colhendo agora os frutos com maior crescimento.

As dificuldades, no entanto, não se limitam à moeda única. A maior economia europeia fora do euro, a do Reino Unido, está também em recessão (caiu 0,2% no primeiro trimestre do ano e 0,3% no anterior) e outros países como Hungria (-1,3%) e República Tcheca (-1%) sofreram grandes baques.


Em termos anualizados, a zona do euro teve um crescimento zero, e os 27 países-membros só tiveram alta de 0,1% no primeiro trimestre.

Os piores casos são dos países da chamada periferia do euro, com quedas de 6,2% na Grécia, de 2,2% em Portugal, de 1,3% na Itália e de 0,4% na Espanha.

A França cresce em relação ao mesmo período em 2011, essa elevação é de apenas 0,3%, enquanto que a Alemanha registra alta de 1,2%.

A estagnação das economias europeias, golpeadas pelas medidas de redução do déficit, e a derrota eleitoral da maioria dos governos que tiveram que aplicar políticas de austeridade fizeram as instituições comunitárias e vários governos mudarem seu discurso.

Dessa forma, o problema do crescimento será o centro de atenção da cúpula extraordinária que reunirá os líderes europeus no próximo dia 23 em Bruxelas.

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Bruxelas - A economia europeia se salvou da recessão no primeiro trimestre de 2012 graças à aceleração da locomotiva alemã, que permitiu compensar os dados ruins de países como Reino Unido, França, Itália e Espanha.

Após quedas de 0,3% nos últimos três meses de 2011, o Produto Interno Bruto ( PIB ) da zona do euro e do conjunto da União Europeia se manteve estável no primeiro trimestre deste ano, segundo os primeiros dados divulgados nesta terça-feira pelo Eurostat.

A Europa se esquivou da recessão pela surpreendente recuperação da Alemanha, que cresceu 0,5% apenas três meses após ter registrado sua primeira contração desde 2009.

''A economia alemã superou a fase de emfraquecimento conjuntural do inverno. Após um ligeiro retrocesso no último trimestre de 2011, a atividade econômica voltou a tomar impulso'', disse hoje em Berlim o ministro de Economia alemão, Philipp Rössler, ao comentar os números.

Rössler explicou ainda que, apesar dos riscos que existem na Europa, a economia do país continua desfrutando de boa saúde, e ressaltou o fato de que a geração de empregos segue em elevação.

A alta da economia alemã, impulsionada pelo comércio exterior e a demanda interna, contrasta com o crescimento nulo da França e com a confirmação da recessão na Espanha (onde o PIB encadeia uma segunda queda trimestral de 0,3%) e, sobretudo, na Itália.

A economia italiana registra três trimestres consecutivos em números negativos e, além disso, cada vez piores: -0,2% no terceiro trimestre de 2011, -0,7% no quarto e -0,8% nos três primeiros meses de 2012.


A zona do euro, com exceção da Alemanha, continua sofrendo os efeitos da crise, inclusive em países que durante muito tempo deram a impressão de estar a salvo, como é o caso da Holanda, que se manteve em recessão com queda de 0,2 % do PIB.

Seguem também em recessão Portugal (-0,1%) e Chipre (-0,3%) e, embora o escritório estatístico comunitário não tenha dados disponíveis sobre estes casos, previsivelmente também estão incluídos nesta lista Grécia e Irlanda.

Dos 11 países da zona do euro para os quais há dados disponíveis, em cinco o PIB sofreu redução no primeiro trimestre, na França se manteve estável e as altas foram modestas em outros como Áustria (0,2%) e Bélgica (0,3%), que vinham de maus números no final do ano passado.

Acima do 0,5% da Alemanha - que aumenta a distância para as outras grandes economias do euro -, aparecem apenas Finlândia (alta de 1,3%) e Eslováquia (0,8%).

O porta-voz comunitário de Assuntos Econômicos, Amadeu Altafaj, afirmou em entrevista coletiva que esse crescimento ''desigual'' e essas ''divergências'' na eurozona se devem em grande medida ao fato de que os países que fizeram melhores ''reformas estruturais'' no passado estão colhendo agora os frutos com maior crescimento.

As dificuldades, no entanto, não se limitam à moeda única. A maior economia europeia fora do euro, a do Reino Unido, está também em recessão (caiu 0,2% no primeiro trimestre do ano e 0,3% no anterior) e outros países como Hungria (-1,3%) e República Tcheca (-1%) sofreram grandes baques.


Em termos anualizados, a zona do euro teve um crescimento zero, e os 27 países-membros só tiveram alta de 0,1% no primeiro trimestre.

Os piores casos são dos países da chamada periferia do euro, com quedas de 6,2% na Grécia, de 2,2% em Portugal, de 1,3% na Itália e de 0,4% na Espanha.

A França cresce em relação ao mesmo período em 2011, essa elevação é de apenas 0,3%, enquanto que a Alemanha registra alta de 1,2%.

A estagnação das economias europeias, golpeadas pelas medidas de redução do déficit, e a derrota eleitoral da maioria dos governos que tiveram que aplicar políticas de austeridade fizeram as instituições comunitárias e vários governos mudarem seu discurso.

Dessa forma, o problema do crescimento será o centro de atenção da cúpula extraordinária que reunirá os líderes europeus no próximo dia 23 em Bruxelas.

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