Euforia com o petróleo brasileiro passou, diz FT
Jornal britânico faz análise pessimista sobre o futuro do setor no país e critica a falta de viabilidade econômica das reservas petrolíferas locais
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 21h12.
São Paulo - Ao anunciar a decisão da petroleira americana Anadarko em vender seus ativos no Brasil, o diário britânico Financial Times aproveitou para fazer uma análise pessimista sobre o futuro do setor no país. Em reportagem publicada nesta quinta-feira, o jornal destaca que um conjunto de problemas fez com que a euforia das empresas com o petróleo nacional tenha ficado no passado. O pano de fundo para as críticas não se baseia em dados geológicos, mas sim políticos e econômicos. A enorme influência do governo petista na indústria, a política de conteúdo nacional e o acidente da Chevron são as principais razões, segundo o FT, para a repentina falta de interesse de empresas estrangeiras pelo petróleo brasileiro.
Citando fontes de bancos e empresas de óleo e gás, a reportagem destaca que o país deixou de ser economicamente viável para companhias que não sejam, necessariamente, parceiras da Petrobras. “Nos últimos anos, o apelo do famigerado pré-sal esgotou-se. O Brasil não vendeu mais nenhuma licença de exploração desde as grandes descobertas de 2007”, informa a matéria. O Brasil, segundo o jornal, tornou-se um país caro, cujos retornos sobre investimentos começam a ser questionados. “Há outras áreas que são mais viáveis, economicamente, em outras partes do mundo”, destacou o analista da Oppenheimer & Co, Fadel Gheit, ao FT.
Conteúdo local – Sobre a insistência do governo em exigir níveis mínimos de conteúdo local na atividade de exploração de novas reservas, o jornal afirma que tal interferência tem tornado o Brasil um país difícil para os negócios. “A pressão dos custos na capacidade de exploração estão impactando o preço que as companhias querem pagar pelos ativos brasileiros”, informou um banqueiro ao FT. No caso da Anadarko, a empresa não conseguiu compradores que pagassem o preço considerado justo (por ela) para seus ativos no país: cerca de 3 bilhões de dólares.
Segundo o jornal, a forma como o governo conduziu o acidente da Chevron no Campo do Frade também tem espantado investidores do setor. “Todos estão com um olhar clínico em relação ao Brasil. Ninguém quer pagar para ver”, disse uma fonte.
Os únicos que tiveram sorte em empreitadas no setor de óleo e gás são, segundo o FT, os grupos que entraram no país muito antes de 2007, quando o Brasil estava longe de ser um bom destino de investimentos estrangeiros. Empresas como BG Group, que se aliaram à Petrobras antes da exploração do pré-sal, hoje estão satisfeitas. “Aqueles que se interessaram pelo Brasil antes de todo mundo, se deram bem”, afirmou um executivo do setor ao jornal.
São Paulo - Ao anunciar a decisão da petroleira americana Anadarko em vender seus ativos no Brasil, o diário britânico Financial Times aproveitou para fazer uma análise pessimista sobre o futuro do setor no país. Em reportagem publicada nesta quinta-feira, o jornal destaca que um conjunto de problemas fez com que a euforia das empresas com o petróleo nacional tenha ficado no passado. O pano de fundo para as críticas não se baseia em dados geológicos, mas sim políticos e econômicos. A enorme influência do governo petista na indústria, a política de conteúdo nacional e o acidente da Chevron são as principais razões, segundo o FT, para a repentina falta de interesse de empresas estrangeiras pelo petróleo brasileiro.
Citando fontes de bancos e empresas de óleo e gás, a reportagem destaca que o país deixou de ser economicamente viável para companhias que não sejam, necessariamente, parceiras da Petrobras. “Nos últimos anos, o apelo do famigerado pré-sal esgotou-se. O Brasil não vendeu mais nenhuma licença de exploração desde as grandes descobertas de 2007”, informa a matéria. O Brasil, segundo o jornal, tornou-se um país caro, cujos retornos sobre investimentos começam a ser questionados. “Há outras áreas que são mais viáveis, economicamente, em outras partes do mundo”, destacou o analista da Oppenheimer & Co, Fadel Gheit, ao FT.
Conteúdo local – Sobre a insistência do governo em exigir níveis mínimos de conteúdo local na atividade de exploração de novas reservas, o jornal afirma que tal interferência tem tornado o Brasil um país difícil para os negócios. “A pressão dos custos na capacidade de exploração estão impactando o preço que as companhias querem pagar pelos ativos brasileiros”, informou um banqueiro ao FT. No caso da Anadarko, a empresa não conseguiu compradores que pagassem o preço considerado justo (por ela) para seus ativos no país: cerca de 3 bilhões de dólares.
Segundo o jornal, a forma como o governo conduziu o acidente da Chevron no Campo do Frade também tem espantado investidores do setor. “Todos estão com um olhar clínico em relação ao Brasil. Ninguém quer pagar para ver”, disse uma fonte.
Os únicos que tiveram sorte em empreitadas no setor de óleo e gás são, segundo o FT, os grupos que entraram no país muito antes de 2007, quando o Brasil estava longe de ser um bom destino de investimentos estrangeiros. Empresas como BG Group, que se aliaram à Petrobras antes da exploração do pré-sal, hoje estão satisfeitas. “Aqueles que se interessaram pelo Brasil antes de todo mundo, se deram bem”, afirmou um executivo do setor ao jornal.