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EUA economizariam US$ 200 bi se não usassem dinheiro vivo

Pesquisadores calculam quanto o governo e a sociedade perdem com uma economia que ainda é baseada na troca de cédulas e moedas

Notas de dólar: anonimato é fator importante para "economia do dinheiro vivo" (Getty Images)

João Pedro Caleiro

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 17h54.

São Paulo - O que aconteceria se as pessoas deixassem de usar cédulas e moedas nas suas transações? Só nos Estados Unidos , haveria um ganho de 200 bilhões de dólares, o custo total da "economia do dinheiro vivo".

Quase metade do valor se refere a uma estimativa conservadora do que o governo americano deixa de arrecadar em impostos por causa de transações feitas em dinheiro e não declaradas em impostos. Isso sem contar os 1,2 bilhão de dolares que o Federal Reserve gasta por ano para produzir e distribuir cédulas e moedas.

Outros 40 bilhões de dólares dizem respeito a dinheiro roubado dos negócios do varejo, o equivalente a 1% das receitas do setor, que também gasta e mais ou menos em segurança para se proteger de furtos e assaltos.

Já os consumidores perdem 500 milhões por ano com roubo de dinheiro e 8 bilhões em taxas para sacar cédulas em caixas eletronicos.

O cálculo foi feito por Bhaskar Chakravorti e Benjamin D. Mazzotta, pesquisadores do Instituto para os Negócios em um Contexto Global da Fletcher School. A instituição é parte da Universidade Tufts, a mais antiga escola de graduação em relações dos Estados Unidos, com sede em Medford, no estado de Massachusetts.

Hábitos

A pesquisa também ouviu mil americanos para entender como eles usam cédulas e moedas no seu cotidiano. Em média, os consumidores passam 28 minutos por mês se deslocando para os caixas eletrônicos - e como tempo é dinheiro, este foi considerado um outro custo econômico considerável.


Por causa das perdas envolvidas no acesso ao dinheiro, o custo acaba sendo maior para americanos pobres e que não estão inseridos no sistema bancários. Homens carregam em média quase o dobro do valor que as mulheres, e usam cerca de 50% a mais de dinheiro vivo por mês do que elas.

Os autores avaliam que os elementos para uma ruptura com a "cash economy" estão dados: há custos significativos no modelo atual e alternativas viáveis já desenvolvidas. E este é um fenômeno que já está ocorrendo, ainda que lentamente: a proporção de transações feitas em dinheiro caiu de 43% para 37% de 2005 para 2010.

No entanto, alguns obstáculos permanecem. Além dos hábitos já enraizados, há uma privacidade e anonimato na troca de dinheiro que são impossíveis de serem reproduzidos em um ambiente eletrônico.

Como o "dinheiro é uma abstração baseada em confiança", dizem os autores, um novo sistema com abrangência total exigiria um difícil consenso entre todos os atores envolvidos em transação.

E assim como acontece na economia do dinheiro vivo, falta ainda uma proteção total contra a falsificação para garantir que um suposto "e-dollar" não seja copiado como qualquer outro arquivo.

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São Paulo - O que aconteceria se as pessoas deixassem de usar cédulas e moedas nas suas transações? Só nos Estados Unidos , haveria um ganho de 200 bilhões de dólares, o custo total da "economia do dinheiro vivo".

Quase metade do valor se refere a uma estimativa conservadora do que o governo americano deixa de arrecadar em impostos por causa de transações feitas em dinheiro e não declaradas em impostos. Isso sem contar os 1,2 bilhão de dolares que o Federal Reserve gasta por ano para produzir e distribuir cédulas e moedas.

Outros 40 bilhões de dólares dizem respeito a dinheiro roubado dos negócios do varejo, o equivalente a 1% das receitas do setor, que também gasta e mais ou menos em segurança para se proteger de furtos e assaltos.

Já os consumidores perdem 500 milhões por ano com roubo de dinheiro e 8 bilhões em taxas para sacar cédulas em caixas eletronicos.

O cálculo foi feito por Bhaskar Chakravorti e Benjamin D. Mazzotta, pesquisadores do Instituto para os Negócios em um Contexto Global da Fletcher School. A instituição é parte da Universidade Tufts, a mais antiga escola de graduação em relações dos Estados Unidos, com sede em Medford, no estado de Massachusetts.

Hábitos

A pesquisa também ouviu mil americanos para entender como eles usam cédulas e moedas no seu cotidiano. Em média, os consumidores passam 28 minutos por mês se deslocando para os caixas eletrônicos - e como tempo é dinheiro, este foi considerado um outro custo econômico considerável.


Por causa das perdas envolvidas no acesso ao dinheiro, o custo acaba sendo maior para americanos pobres e que não estão inseridos no sistema bancários. Homens carregam em média quase o dobro do valor que as mulheres, e usam cerca de 50% a mais de dinheiro vivo por mês do que elas.

Os autores avaliam que os elementos para uma ruptura com a "cash economy" estão dados: há custos significativos no modelo atual e alternativas viáveis já desenvolvidas. E este é um fenômeno que já está ocorrendo, ainda que lentamente: a proporção de transações feitas em dinheiro caiu de 43% para 37% de 2005 para 2010.

No entanto, alguns obstáculos permanecem. Além dos hábitos já enraizados, há uma privacidade e anonimato na troca de dinheiro que são impossíveis de serem reproduzidos em um ambiente eletrônico.

Como o "dinheiro é uma abstração baseada em confiança", dizem os autores, um novo sistema com abrangência total exigiria um difícil consenso entre todos os atores envolvidos em transação.

E assim como acontece na economia do dinheiro vivo, falta ainda uma proteção total contra a falsificação para garantir que um suposto "e-dollar" não seja copiado como qualquer outro arquivo.

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