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Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2009 às 12h41.
Por Michele Gershberg e Dhanya Skariachan
NOVA YORK (Reuters) - Os norte-americanos seguiram em massa para as lojas de departamento no cair da noite desta sexta-feira para dar início à temporada de compras de Natal, apesar de muitos dizerem que reduziram gastos em presentes.
A Black Friday, sexta-feira depois do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, é o dia mais agitado do período de festas, que corresponde a quase um quinto das vendas anuais do varejo.
O ritual anual do consumismo norte-americano está sendo monitorado de perto em busca de sinais que mostrem que o comprador dos EUA está pronto para impulsionar a economia, após a crise financeira global ter levado ao pior Natal em quase quatro décadas.
Debra Diriwachter, uma atendente de supermercado, esperou algumas horas fora do shopping Queens Center em Nova York antes de as portas se abrirem às 23h da quinta-feira, no horário local. Ela cortou seu orçamento de presentes neste ano e só vai usar dinheiro em espécie para suas compras.
"Eu não gosto de estar em dívida e, se eu sei o que eu estou gastando, isso é bom" disse ela.
Os primeiros 200 clientes a entrar no shopping center, alguns ainda de pijamas, ganharam um vale-presente no valor de 10 dólares para abrir seu apetite.
"Isso é lindo. Estou tão feliz", disse Roberto Tomala. "Isso é uma boa motivação para todos. Nessa situação, mesmo 10 dólares ajudam a comprar alguma coisa."
Até 134 milhões de consumidores norte-americanos dizem que vão comprar presentes de Natal neste fim de semana da Black Friday, de acordo com a Federação Nacional de Varejo dos EUA.
Esse número é maior em relação à pesquisa do ano passado, feita semanas após a erupção da crise financeira global, mas ainda fica abaixo do consumo previsto para a Black Friday em 2007.
Varejistas de desconto como o Wal-Mart e a Target devem ter o maior fluxo de consumidores neste final de semana, seguidas pelas lojas de departamento como Macy's e Kohl's.
Elas e a seus colegas de indústria passaram o último ano reduzindo estoques, fechando lojas ou diminuindo a inauguração de novas unidades para evitar grandes descontos e proteger os lucros.
"No ano passado, elas literalmente desistiram do merchandising", disse Marshal Cohen, analista sênior da consultoria de varejo NPD Group. "Neste ano, eles têm de vender metade do ano passado para igualar ... então mesmo que elas não vendam muito elas vão fazer dinheiro."
CANSADO DE ECONOMIZAR?
Alguns especialistas da indústria esperam um forte resultado deste fim de semana, mas alertaram que isso não significa uma forte temporada de compras, uma vez que sempre há uma redução nas compras nas semanas que antecedem o Natal.
A instabilidade da economia dos EUA, com a maior alta em 26 anos no desemprego e um menor acesso ao crédito, fizeram com que as previsões para vendas de Natal variassem bastante, de um declínio de 3 por cento a um aumento de 2 por cento.
Esperanças de uma recuperação conduzida pelo consumidor fizeram as vendas do varejo subirem 47 por cento neste ano, comparado com um aumento de 23 por cento do índice do Standard & Poor's 500.
Apesar da maioria das pesquisas nos últimos dois meses mostrarem compradores planejando gastar menos ou o mesmo que o ano passado na temporada de compras de 2009, essa posição pode estar melhorando.
Quase um terço dos consumidores ouvidos pela Deloitte disseram que eles agora esperam gastar mais do que ele planejavam um mês ou dois meses atrás. A pesquisa, feita na semana passada, ouviu 1.051 pessoas com margem de erro de mais ou menos 3 por cento.
Carma Edwards, uma enfermeira de 29 anos, é exemplo do consumidor cansado de economizar. Ela aumentou seu orçamento de 500 dólares no ano passado para 2 mil dólares neste ano.
Perguntada sobre o que motivou a decisão ela respondeu: "Um novo emprego!"