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EUA bombardeiam o Iraque durante o dia todo

Os Estados Unidos iniciaram os ataques ao Iraque no início desta quinta-feira (20/3). Às 0h35, pelo horário de Brasília (5h35 em Bagdá), os soldados do presidente americano, George W. Bush, começaram a soltar as primeiras bombas na capital iraquiana. Foi um dia de ataques intensos e ininterruptos. O bombardeio começou 1h35 minutos depois do prazo […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.

Os Estados Unidos iniciaram os ataques ao Iraque no início desta quinta-feira (20/3). Às 0h35, pelo horário de Brasília (5h35 em Bagdá), os soldados do presidente americano, George W. Bush, começaram a soltar as primeiras bombas na capital iraquiana. Foi um dia de ataques intensos e ininterruptos.

O bombardeio começou 1h35 minutos depois do prazo final de 48 horas do ultimato dado por Bush para que o ditador Saddam Hussein e seus filhos deixassem o Iraque.

Os EUA iniciaram a guerra do século 21 com sofisticados aviões de guerra praticamente imperceptíveis aos olhos (F-117), com bombardeiros estratégicos B-52, e com mísseis de cruzeiro lançados de navios na região do golfo Pérsico.

À 0h15, o presidente Bush fez um pronunciamento de quatro minutos em rede nacional, confirmando o início da guerra, que segundo ele pode ser mais longa do que o previsto. Esse foi o principal recado dado por Bush. "Os ataques poderão ser mais longos e difíceis do que o previsto", afirmou o presidente. "A guerra durará o tempo necessário."

Bush disse que os Estados Unidos não possuem nenhuma ambição no Iraque, a não ser desarmar o país e libertar suas famílias do ditador Saddam Hussein. O presidente - que acusou Saddam de usar mulheres e crianças como "escudos humanos" para proteger suas tropas - também afirmou que a missão dos EUA no Iraque é estabelecer o controle do país "pelo próprio povo".

A guerra foi iniciada antes do previsto porque, segundo informações da rede de TV americana CNN, Bush teria recebido uma informação da CIA de que "havia uma oportunidade" de atacar alvos específicos, como prédios de inteligência de Bagdá.

Horas depois de o ataque ter começado, Saddam Hussein apareceu na TV iraquiana, vestindo uniforme militar, para dizer que a campanha dos Estados Unidos é "criminosa" e que seus homens sairão vitoriosos.

Durante a madrugada, cinco mísseis Scud teriam sido disparados pelo Iraque contra o Kuweit _um foi interceptado por um antimíssil americano Patriot, informou a TV estatal kuaitiana. Um porta-voz do Ministério da Defesa kuaitiano, o coronel Yussef al Mussa, afirmou que os disparos iraquianos não deixaram vítimas. "Não houve perdas humanas", disse. A capital Al Kuait não foi atingida, apesar de as explosões no deserto terem sido ouvidas na cidade.

O governo iraquiano nega o ataque e afirma que os bombardeios americanos causaram a morte de um civil. O ministro da Informação iraquiano, Mohammed Saeed al-Sahaf, disse que o Iraque não tem mísseis Scud. "Ouvi relatos de que disparamos mísseis Scud no Kuweit. Gostaria de dizer a vocês que não temos mísseis Scud, e não sabemos por que eles foram disparados", afirmou Sahaf. "Um civil iraquiano foi martirizado (morto) e diversos ficaram feridos pelos ataques aéreos."

Repercussão internacional

No primeiro pronunciamento oficial após o início da guerra, o presidente da França, Jacques Chirac, disse que seu governo lamenta o ataque contra o Iraque e que espera que o conflito seja rápido e cause o menor número de vítimas possível.

O presidente da Turquia, Ahmet Necdet Sezer, questionou a legitimidade do que classificou como uma ação unilateral dos Estados Unidos contra o Iraque. "O processo no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o Iraque deveria ter sido concluído. Não acho correto que os EUA se comportem unilateralmente antes de o processo ter terminado", disse. O parlamento turco vota nesta quinta-feira uma resolução que autorizaria aviões dos EUA a usarem o espaço aéreo turco para ataques ou bases.

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalom, afirmou que seu país não tem planos de se envolver na guerra e que está rezando pela segurança dos soldados da coalizão. "Israel não é parte da campanha contra o Iraque e não quer ser levado a ela", disse Shalom. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, teria telefonado ao premiê israelense, Ariel Sharon, e informado sobre a intenção dos bombardeios 90 minutos antes de a guerra começar.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu que os EUA interrompam imediatamente os ataques. O primeiro-ministro russo, Mikhail Kassianov, já havia lamentado "que a crise iraquiana seja resolvida pela força militar, sem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU".

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediu "a todas as partes" envolvidas na guerra que "respeitem escrupulosamente as exigências das leis humanitárias internacionais". Annan lamentou que as operações militares lançadas pelos Estados Unidos não contem com uma "maior legitimidade, nem com um amplo apoio (internacional)".

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