Economia

EUA: bancos ganham com mudanças de políticas mas preocupações crescem

Investidores estavam preocupados com força dos negócios e que conversas internacionais sobre tarifas e políticas imigratórias poderiam prejudicar resultados

JPMorgan: maior banco dos Estados Unidos em ativos teve os resultados mais fortes (Dylan Martinez/File Photo/Reuters)

JPMorgan: maior banco dos Estados Unidos em ativos teve os resultados mais fortes (Dylan Martinez/File Photo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de julho de 2018 às 18h30.

Última atualização em 13 de julho de 2018 às 18h31.

Nova York - Os resultados trimestrais de três dos maiores bancos dos Estados Unidos mostraram que o setor está se beneficiando de mudanças de políticas em Washington, que reduziram impostos, elevaram a taxa de juros e permitiram mais recompras de ações.

Os investidores estavam céticos, preocupados com o fato de os negócios não serem tão fortes quanto poderiam ser e que a dura conversa com líderes internacionais sobre tarifas comerciais e políticas imigratórias poderia prejudicar seus resultados.

"Com as tarifas, há esse elemento de incerteza e as pessoas não estão ansiosas para tomar empréstimos em um momento em que há incerteza", disse JJ Kinahan, estrategista-chefe de mercado da TD Ameritrade.

O Wells Fargo foi o único dos três bancos cujo lucro não atendeu às expectativas de Wall Street. O banco impactado por escândalos foi prejudicado por custos relacionados irregularidades cometidas e declínio nos empréstimos imobiliários. Embora o Citigroup tenha superado as estimativas de lucro, suas receitas ficaram aquém das expectativas.

O crescimento dos empréstimos do Citigroup disse pouco sobre a economia dos Estados Unidos, porque veio em grande parte de empresas que buscavam empréstimos internacionais e financiamento para capital de giro, bem como de clientes de bancos privados na Ásia, disse o vice-presidente financeiro, John Gerspach, a jornalistas.

O JPMorgan, o maior banco dos Estados Unidos em ativos, teve os resultados mais fortes, com o lucro saltando 18 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, com fortes receitas comerciais e crescimento de empréstimos. Mas o presidente do banco, Jamie Dimon, alertou que os clientes estão preocupados com uma guerra comercial global depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, elevou sua retórica protecionista nas últimas semanas.

Tanto o JP Morgan quanto o Citigroup se beneficiaram da forte negociação de ações durante o trimestre - a receita de negociação de ações do JP Morgan aumentou 24 por cento, enquanto no Citi houve crescimento de 19 por cento. Isso é um bom presságio para Bank of America, Goldman Sachs e Morgan Stanley, que têm operações de corretagem significativas e devem apresentar resultados trimestrais na próxima semana.

Apesar de um ambiente favorável de negociação, as ações dos bancos norte-americanos tiveram um desempenho abaixo do esperado neste ano porque os investidores acreditam que os lucros recordes são resultado de cortes de impostos e recompras de ações em vez da força em seus negócios, segundo analistas.

Os investidores querem ver mais crescimento em receita e lucro antes dos impostos, de acordo com Charles Peabody da Portales Partners, que disse na quinta-feira que o forte crescimento nos lucros "vem da engenharia financeira: corte de impostos e recompras de ações".

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