Estamos na hora certa para reformar a Previdência, diz Meirelles
Em entrevista exclusiva a EXAME, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a perspectiva de aprovação não mudou após as delações da JBS
Karla Mamona
Publicado em 29 de maio de 2017 às 19h24.
Última atualização em 29 de maio de 2017 às 21h42.
São Paulo – Em entrevista a EXAME, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , afirmou que estamos no momento certo para alterar a Previdência. “O Brasil precisa da reforma para, primeiro, garantir que todos recebam aposentadoria no futuro”, disse durante bate-papo transmitido ao vivo pelo Facebook.
De acordo com o ministro, a reforma precisa ser aprovada o quanto antes, pois, “no curto prazo, vai aumentar a confiança na retomada da economia.”
A expectativa do governo é que a reforma da Previdência seja aprovada no Congresso até a primeira quinzena de julho e siga para votação do Senado.
O ministro destacou que se a reforma não for aprovada, cada vez mais os benefícios sociais vão ocupar uma parcela maior do orçamento, impossibilitando que os parlamentares aprovem emendas.
Meirelles disse ainda que o cenário político atual, após as delações da JBS, não mudou a perspectiva do governo, que segue confiante na aprovação da reforma.
O ministro negou que exista um plano B caso a reforma não seja aprovada e disse ficou surpreso com a notícia divulgada em jornais que afirmava que o governo estudaria outras alternativas, como aprovação de medidas provisórias. “Isso não é real.”
Questionado se seria um substituto ao presidente Michel Temer, Meirelles afirmou que não trabalha com hipóteses, apenas com cenário atual.
“Eu trabalho com a realidade. Meu cenário base é que Temer irá concluir seu mandato e estou focado em colocar o Brasil para crescer.”
Economia mais forte
Meirelles destacou ainda que o país tem apresentado crescimento no último ano o que deve ser comprovado nos próximos dias com a divulgação do PIB do primeiro trimestre. Segundo o ministro, o crescimento deve ser de cerca de 0,7% na comparação com os últimos três meses de 2016.
Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o crescimento deve ficar entre 2,5% e 3%. O PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira.
“Esta agenda de reformas do Brasil tem um impacto muito positivo. O Brasil está crescendo e já criou vagas. A economia está muito mais forte, com algumas medidas já aprovadas.”
Mais cedo o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, respondeu a perguntas do público sobre o assunto.
Veja a íntegra da entrevista com Henrique Meirelles: