Economia

Estagnada, indústria cresce só 0,6% no ano

A produção industrial no mês de maio praticamente repetiu o nível observado em abril: crescimento de 0,1%, descontadas as sazonalidades. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, a indústria nacional caiu 0,3% em maio. No acumulado do ano, de janeiro-maio, o setor ainda registra leve alta de 0,6%. Os números do IBGE foram […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h24.

A produção industrial no mês de maio praticamente repetiu o nível observado em abril: crescimento de 0,1%, descontadas as sazonalidades. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, a indústria nacional caiu 0,3% em maio. No acumulado do ano, de janeiro-maio, o setor ainda registra leve alta de 0,6%. Os números do IBGE foram confirmados pelos Indicadores Industriais, divulgados nesta terça-feira pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A maior queda observada pela confederação foi na massa salarial, que acumula baixa de 7,04% de janeiro a maio. "O fraco desempenho da atividade industrial já se reflete no nível de emprego, uma vez que pessoal ocupado total apresenta, pela primeira vez neste ano, taxa negativa. Esse é o pior resultado desde agosto de 2001", afirma o relatório da CNI.

A taxa anualizada do IBGE (indicador acumulado nos últimos doze meses) ficou estável (2,7%). Mas será que a indústria vai voltar a crescer? "É de se esperar que a retração seja revertida, mesmo que seja no final do ano por conta do mesmo motivo que a fez retrair: o consumo interno, mais especificamente o consumo das famílias", avalia o banco Bradesco. O banco acredita que, com uma provável queda nos juros, o consumo interno pode ser incrementado e impulsionar a indústria.

Entre abril e maio deste ano, dez dos vinte ramos pesquisados aumentam o nível de produção, com destaque para as indústrias de alimentos (3,3%), bebidas (11,9%) e de perfumaria (12,3%). Entre as quedas, destacam-se as registradas em material elétrico e de comunicações (-4,6%) e fumo (-4,8%). Na análise por categorias de uso, há crescimento em bens de capital (0,2%) e em bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,8%), enquanto bens intermediários (-0,5%) e bens de consumo duráveis (-3,8%) mostram queda de produção.

As taxas negativas foram registradas em onze ramos industriais, pressionado principalmente por: material elétrico e de comunicações (-13,4%), vestuário e calçados (-16,2%), têxtil (-8,3%) e farmacêutica (-18,1%). Os desempenhos positivos de maior impacto são registrados em: mecânica (13,5%), metalúrgica (6,3%) e produtos alimentares (3,2%).

No grupo de ramos industriais com as quedas mais importantes, destacam-se itens cujo destino predominante é o mercado interno. Em sua maioria, são bens de consumo, como aparelhos de televisão, artigos de vestuário e medicamentos; mas há também itens identificados com a evolução dos investimentos, como transformadores de alta tensão, e outros da área de bens intermediários, como tecidos de algodão. Já entre as áreas industriais que mantêm índices positivos, os maiores destaques são itens relacionados ao desempenho do setor agrícola, como tratores e colhedeiras, ou às exportações, como produtos siderúrgicos e café solúvel.

CNI

Pela CNI, as vendas reais dessazonalizadas no mês de maio ficram praticamente estáveis: uma alta de 0,38%. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 0,36%. No acumulado do ano (janeiro-maio), a alta é de 1,53%. Todos os indicadores dessazonalizados medidos pela CNI confirmam a estagnação do setor produtivo. "O crescimento acumulado no ano, ainda que positivo (1,53%), é claramente cadente, reforçando a percepção de arrefecimento da atividade industrial", afirma a entidade em relatório divulgado nesta terça-feira.

A massa de empregados caiu 0,34%, mas registra crescimento de 0,91% em relação ao ano passaodo. No acumulado do ano, o total de pessoas empregadas na indústria nacional cresceu 1,11%. As horas trabalhadas cresceram apenas 0,06% no mês e 0,68% contra maio de 2002. No ano, o índice acumula alta de 0,37%.

Os salários líquidos reais tiveram queda de 0,19%, mas se comparado com maio de 2002, a queda já soma -7,67%. No ano, a queda é de -7,04%.

"O fraco desempenho da atividade industrial já se reflete no nível de emprego, uma vez que pessoal ocupado total apresenta, pela primeira vez neste ano, taxa negativa. Esse é o pior resultado desde agosto de 2001", afirma o relatório da CNI.

O indicador para o nível de utilização da capacidade instalada mostra retração de 0,7 ponto percentual em comparação com maio de 2002, descontadas as influências sazonais, embora em relação ao mês de abril tenha se mantido estável em 79,8%. As informações apresentadas resultam de levantamento feito em 12 estados, com aproximadamente 3 000 grandes e médias empresas. A seleção de empresas é feita em 11 estados, com exceção do Paraná, que utiliza técnicas de amostragem probabilística.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Coisas assim levaram ao impeachment de Dilma, diz Meirelles sobre desconfiança com contas públicas

Mercado de trabalho permanece aquecido e eleva desafios à frente

Caged: Brasil criou 232 mil vagas de trabalho em agosto

Pacote de auxílio econômico para companhias aéreas será de R$ 6 bi