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Escândalo de corrupção fez Turquia perder US$ 100 bi

Crise provocou fortes quedas na bolsa e mercado cambiário da Turquia, considerada um modelo de democracia no mundo muçulmano

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 15h57.

Ancara - O escândalo político-financeiro que atinge o governo islamita conservador do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan custou mais de cem bilhões de dólares à economia do país, afirmou nesta segunda-feira o vice-primeiro-ministro Bulent Arinz após um conselho de ministros.

Esta crise provocou fortes quedas na bolsa e mercado cambiário da Turquia , considerada um modelo de democracia no mundo muçulmano.

Em resposta às graves acusações de corrupção que pesam sobre seu governo, Erdogan denunciou uma vez mais no sábado passado o que considera um complô de seus adversários e da justiça contra seu governo.

No sábado, Erdogan mobilizou novamente seus partidários decidido a resistir por todos os meios à justiça, aos seus rivais e aos protestos das ruas.

Os slogans dos manifestantes, os violentos incidentes com as forças de ordem, as bombas de gás lacrimogêneo e as barricadas lembram a revolta antigovernamental de junho em torno da praça Taksim de Istambul.

Em Istambul e em Ancara, as manifestações reuniram os mesmos grupos de jovens, muito politizados, que em junho desafiaram o governo durante três semanas.

Diante dos protestos nas ruas, Erdogan utilizou a mesma estratégia aplicada há seis meses para apagar os protestos e denunciou ante milhares de partidários em Istambul um complô contra ele.

O chefe de governo islamita moderado também questionou os magistrados do Conselho de Estado, que há alguns dias suspenderam um decreto que obrigava a polícia a informar a sua hierarquia sobre qualquer detenção. "Se pudesse, os julgaria", disse.


A três meses das eleições municipais, Erdogan, seguro do apoio da maioria da população, repreendeu os três deputados que abandonaram na sexta-feira as fileiras do AKP como consequência do escândalo em curso.

Além disso, o primeiro-ministro acusou mais uma vez o pregador muçulmano Fethullah Gulen de estar por trás da investigação anticorrupção que terminou com a detenção de vinte pessoas próximas ao poder e provocou a renúncia de três ministros.

A confraria de Gulen, aliada do AKP desde sua chegada ao poder, em 2002, declarou recentemente sua guerra ao governo por seu projeto de suprimir algumas escolas privadas.

A imprensa próxima à oposição critica a atitude desafiadora de Erdogan. "Não há espaço para dúvidas, a corrupção é uma praga (...) mas a atmosfera política que o primeiro-ministro criou neste assunto é pior e ainda mais prejudicial que a própria corrupção", escreveu Murat Belge no jornal Taraf.

Os mercados financeiros, apesar da remodelação ministerial da última quarta-feira, mostram a mesma inquietação pela incerteza criada com a crise.

A moeda turca caiu na sexta-feira ao seu nível histórico mais baixo.

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Ancara - O escândalo político-financeiro que atinge o governo islamita conservador do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan custou mais de cem bilhões de dólares à economia do país, afirmou nesta segunda-feira o vice-primeiro-ministro Bulent Arinz após um conselho de ministros.

Esta crise provocou fortes quedas na bolsa e mercado cambiário da Turquia , considerada um modelo de democracia no mundo muçulmano.

Em resposta às graves acusações de corrupção que pesam sobre seu governo, Erdogan denunciou uma vez mais no sábado passado o que considera um complô de seus adversários e da justiça contra seu governo.

No sábado, Erdogan mobilizou novamente seus partidários decidido a resistir por todos os meios à justiça, aos seus rivais e aos protestos das ruas.

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Em Istambul e em Ancara, as manifestações reuniram os mesmos grupos de jovens, muito politizados, que em junho desafiaram o governo durante três semanas.

Diante dos protestos nas ruas, Erdogan utilizou a mesma estratégia aplicada há seis meses para apagar os protestos e denunciou ante milhares de partidários em Istambul um complô contra ele.

O chefe de governo islamita moderado também questionou os magistrados do Conselho de Estado, que há alguns dias suspenderam um decreto que obrigava a polícia a informar a sua hierarquia sobre qualquer detenção. "Se pudesse, os julgaria", disse.


A três meses das eleições municipais, Erdogan, seguro do apoio da maioria da população, repreendeu os três deputados que abandonaram na sexta-feira as fileiras do AKP como consequência do escândalo em curso.

Além disso, o primeiro-ministro acusou mais uma vez o pregador muçulmano Fethullah Gulen de estar por trás da investigação anticorrupção que terminou com a detenção de vinte pessoas próximas ao poder e provocou a renúncia de três ministros.

A confraria de Gulen, aliada do AKP desde sua chegada ao poder, em 2002, declarou recentemente sua guerra ao governo por seu projeto de suprimir algumas escolas privadas.

A imprensa próxima à oposição critica a atitude desafiadora de Erdogan. "Não há espaço para dúvidas, a corrupção é uma praga (...) mas a atmosfera política que o primeiro-ministro criou neste assunto é pior e ainda mais prejudicial que a própria corrupção", escreveu Murat Belge no jornal Taraf.

Os mercados financeiros, apesar da remodelação ministerial da última quarta-feira, mostram a mesma inquietação pela incerteza criada com a crise.

A moeda turca caiu na sexta-feira ao seu nível histórico mais baixo.

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