Economia

Emprego na indústria volta a crescer; salários caem, diz IBGE

Após três meses consecutivos com taxas negativas, o indicador de emprego na indústria cresceu 1,3% em relação a agosto. Foi o maior resultado positivo nesse tipo de comparação desde o início da série, em dezembro de 2000. Nas demais comparações, os indicadores permaneceram negativos: - 0,3% em relação a setembro de 2001, - 0,8% no […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h02.

Após três meses consecutivos com taxas negativas, o indicador de emprego na indústria cresceu 1,3% em relação a agosto. Foi o maior resultado positivo nesse tipo de comparação desde o início da série, em dezembro de 2000. Nas demais comparações, os indicadores permaneceram negativos: - 0,3% em relação a setembro de 2001, - 0,8% no resultado trimestral, e -1,3% no acumulado do ano. Esses dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Emprego e Salário (PIMES) do IBGE. Os salários pagos na indústria também diminuíram: -0,3% contra o mês de agosto, -1,7% em 12 meses e -2,3% no acumulado do ano.

Na comparação com setembro de 2001, a redução verificada ( -0,3%) foi bem menos acentuada do que em agosto (-1,3%). São Paulo (-3,3%) e Rio de Janeiro (-3,6%) exerceram os principais impactos negativos. Em contraposição, as áreas que aumentaram o número de empregados foram, principalmente, Santa Catarina (4,2%) e Norte e Centro-Oeste (4,5%).

O resultado acumulado no ano permaneceu negativo, apontando queda de -1,3%. São Paulo (-3,3%) e Rio de Janeiro (-5,4%) foram os locais que exerceram os principais impactos negativos. Entre os ramos industriais, máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-12,7%) vem se destacando como o segmento que exerce a principal pressão negativa no resultado global.

Contra o mês de agosto, houve crescimento generalizado, em 13 dos 14 locais pesquisados. A única exceção negativa foi representada por Minas Gerais (-0,1%), por causa das quedas observadas em vestuário (-1,8%) e alimento e bebidas (-0,7%). Nordeste (6,7%), Pernambuco (7,4%), e em menor medida, São Paulo (0,4%), destacaram-se com os maiores pesos na formação da taxa global. Os primeiros foram beneficiados pelo setor de alimentos e bebidas, devido ao início do processamento da safra de cana-de-açúcar. A indústria paulista teve seu resultado positivo neste mês, influenciado pelo maior número de trabalhadores na indústria de máquinas e equipamentos (exclusive elétricos), que cresceu 1,9%.

A análise por setor industrial mostra que as principais contribuições positivas foram observadas em alimentos e bebidas (3,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (7,0%), enquanto entre as contribuições negativas, os destaques foram produtos químicos (-1,0%) e fabricação de meios de transporte (-0,7%).

Salários

Em setembro, houve redução no total da folha de pagamento do setor industrial, segundo os principais indicadores: -0,3% em relação a agosto, -1,7% frente a setembro do ano passado e -2,3% na comparação acumulada no ano. Este quadro de resultados negativos também está presente na folha média de pagamento: -1,5% frente a agosto, -1,3% contra setembro de 2001 e -1,0% no acumulado do ano.

Entre agosto e setembro o valor da folha de pagamento caiu, em termos reais, na metade das áreas investigadas. Nas indústrias de Minas Gerais (-3,8%) e da Bahia (-3,5%) as quedas foram mais pronunciadas, embora a de São Paulo (-1,2%) tenha exercido a principal pressão negativa no cômputo geral. Do lado positivo, o Rio de Janeiro (7,8%) se destacou tanto em termos de magnitude de crescimento, como de impacto na formação da taxa global. Entre os dezoito setores pesquisados em nível nacional, foram observadas reduções na folha de pagamento da metade, ficando a queda de maior impacto com o ramo produtor de meios de transporte (-3,4%). A indústria extrativa, com expansão de 9,6%, responde pela maior contribuição positiva devido, principalmente, ao pagamento de abonos e gratificações em setembro.

No confronto setembro 2002/setembro 2001, 10 dos 14 locais pesquisados assinalaram expansão na folha de pagamento. Destacam-se com a maior taxa de crescimento e com o principal impacto, as indústrias do Espírito Santo (9,1%) e da região Sul (2,6%), respectivamente. A indústria de São Paulo (-6,1%) e, como conseqüência, a da região Sudeste (-4,1%) foram, mais uma vez, as que mostraram as quedas de maior influência. No total do país, houve queda na folha de pagamento da metade (nove) dos setores investigados. Do lado negativo, os setores que mais se destacam na formação do resultado global foram os produtores de meios de transporte (-12,8%) e de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-15,4%). Já positivamente sobressaíram as indústrias extrativa (21,1%) e de alimentos e bebidas (6,7%).

Em bases trimestrais, verificou-se que a folha de pagamento da indústria ampliou seu ritmo de queda na passagem do segundo (-1,9%) para o terceiro (-2,1%) trimestre. O movimento de perda de ritmo atingiu cinco áreas pesquisadas, sendo mais intenso em São Paulo (de -4,2% para -5,8%) e em Santa Catarina (de 3,4% para 1,8%).

No indicador acumulado no ano, apesar da folha de pagamento mostrar para o total do país um recuo de 2,3%, houve aumento na maior parte (nove) dos locais pesquisados. Este resultado negativo foi determinado pela redução observada na indústria de São Paulo (-5,2%) e, como conseqüência, na da região Sudeste (-4,1%). Com quedas encontram-se, ainda, Rio de Janeiro (-1,9%), Paraná (-1,1%) e Minas Gerais (-0,5%). Entre as áreas que expandiram a folha de pagamento, destacaram-se com as maiores taxas as regiões Norte e Centro-oeste (3,8%), Ceará (3,5%), Espírito Santo (3,1%) e Rio Grande do Sul (3,1%). No total do país foram verificadas quedas em 11 ramos pesquisados, ficando as reduções de maior impacto com os setores produtores de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-17,0%) e de meios de transporte (-6,3%). Em sentido contrário, destacaram-se alimentos e bebidas (4,7%) e metalurgia básica (6,0%).

Ainda no indicador acumulado no ano, o valor médio da folha de pagamento do total do país se reduziu 1,0%. Com quedas ficaram apenas as indústrias de São Paulo (-2,0%), Santa Catarina (-1,5%), Sudeste (-1,1%) e Paraná (-0,5%). Entre as áreas que registraram ganho real destacaram-se Rio de Janeiro (3,8%), regiões Norte e Centro-oeste (3,2%) e Rio Grande do Sul (3,0%).

O número total de horas pagas do setor industrial voltou, em setembro, a se ampliar na comparação com o mês anterior (0,2%) permanecendo negativo, no entanto, nos demais indicadores: -0,1% em relação a setembro de 2001 e -1,8% no acumulado do ano. A jornada média cresceu na comparação com o igual mês do ano anterior (0,2%) e reduziu nos demais confrontos: -1,0% frente ao mês anterior e -0,5% no acumulado do ano.

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