Em defesa da reforma, governo chama Previdência de "Robin Hood às avessas"
De acordo com secretário de Previdência e Trabalho, subsídio do governo para quem se aposenta com salário mais alto é maior
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de abril de 2019 às 15h37.
Última atualização em 25 de abril de 2019 às 15h37.
Brasília — O sistema previdenciário atual é um "Robin Hood às avessas", disse nesta quinta-feira, 25, o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. Segundo ele, as regras praticadas fazem com que o pobre subsidie os benefícios concedidos aos mais ricos. "Isso é um completo absurdo", desabafou.
O governo divulgou nesta quinta-feira, 25, um estudo que mostra que um trabalhador do setor privado que ganhe um salário mínimo precisa de um subsídio de cerca de R$ 150 mil do governo para bancar sua aposentadoria. Na prática, esse é o "déficit individual" do trabalhador, ou seja, o quanto as contribuições são insuficientes para bancar o total de benefícios que ele receberá na sua vida de aposentado - ou seus pensionistas.
Já para um trabalhador que ganhe R$ 12 mil mensais, esse subsídio cresce a R$ 400 mil, segundo o estudo do governo.
Para servidores públicos, esse subsídio é ainda maior e começa em R$ 1 milhão para quem ganha R$ 5 mil mensais. A fatura individual paga pela União para bancar as aposentadorias chega a mais de R$ 5 milhões no caso de um servidor que receba R$ 35 mil mensais.
A proposta de reforma da Previdência diminui esse custo, além de tornar o regime mais igualitário, argumentou Bianco. Pelas projeções do governo, a proposta restringe os subsídios e faz com que ele seja maior no caso dos mais pobres.
A expressão "Robin Wood às avessas" já foi utilizada em outras situações para descrever o Brasil. O jornal Financial Times já disse que o país é assim. Dilma Rousseff e o ensino superior público do Brasil também já foram apontados como injustos.