A balança comercial do setor de eletroeletrônicos fechou 2006 com déficit de 35 milhões de dólares. Trata-se do primeiro saldo negativo do setor em nove anos, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). No ano passado, as importações cresceram 58,28%, para 722 milhões de dólares, enquanto as exportações subiram apenas 3,27%, para 687 milhões.

Para comparação, em 2005, o setor obteve um superávit comercial de 221,942 milhões de dólares. Nos últimos nove anos, o melhor saldo foi o de 2000 - 447,789 milhões de dólares positivos.

A conta envolve os produtos de linha branca, como geladeiras, fogões e microondas; aparelhos de imagem e som; e equipamentos portáteis. Segundo a Eletros, a desvalorização do dólar frente ao real, as barreiras comerciais impostas pela Argentina para a importação de artigos brasileiros, e a concorrência com os produtos asiáticos, sobretudo chineses, foram os principais fatores de pressão sobre o setor.

O segmento que mais prejudicou o desempenho comercial dos eletroeletrônicos foi o de imagem, som e portáteis. Esse grupo apresentou déficit de 433 milhões no ano passado. O resultado foi composto por exportações de 206 milhões de dólares e importações de 639 milhões.

A linha branca acumulou superávit de 398 milhões de dólares. Apesar de positiva, a cifra é 5,22% menor que a de 2005, segundo a Eletros. As exportações de linha branca cresceram 3,78% e totalizaram 480 milhões. Já as importações quase dobraram, com um salto de 90,25%, que as levou a praticamente 83 milhões de dólares.