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Educação é a saída para o crescimento latino, diz OCDE

Para melhorar crescimento da América Latina, que em 2014 foi o menor dos últimos 5 anos, é preciso incentivar a educação e a formação de mão de obra, diz a OCDE

Lousa e giz em sala de aula: de acordo com previsões, a economia da região crescerá entre 1% e 1,5% em 2014 (Marcos Santos/USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 19h59.

Copenhague -O crescimento econômico da América Latina em 2014 foi o menor dos últimos cinco anos e a solução para essa desaceleração está no incentivo à educação e à formação de mão de obra.

A conclusão é do relatório Perspectivas Econômicas para a América Latina 2015, divulgado hoje (9) pelo Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

De acordo com as previsões do relatório, a economia da região crescerá entre 1% e 1,5% em 2014, bem menos do que em 2013 (2,5%) e 2012 (2,9%).

Para os especialistas da OCDE, a desaceleração aponta uma década de baixo crescimento na América Latina, que precisa ser revertida por meio da “melhoria do padrão de educação, ampliação da formação de mão de obra e do incentivo à inovação”.

Para a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, é preciso fortalecer o link entre educação, produtividade e inovação, garantindo mais oportunidades de qualificação aos trabalhadores e promovendo mudanças estruturais, como a diversificação da economia, que garantirá um mercado mais qualitativo, com posições mais bem remuneradas.

“Em troca, teremos menos informalidade, desemprego e menos desigualdade”, ressaltou.

Presidente do CAF, Enrique Garcia declarou que, na falta de um ambiente externo excepcionalmente favorável, “a região precisa aprofundar a integração e enfrentar os desafios estruturais que se apresentam para o desenvolvimento”. “Para apoiar o potencial de crescimento, é preciso investir na inovação e melhoria dos padrões de produção, educação e capacitação técnica”, enfatizou.

O relatório observa que a diferença na performance educacional de um aluno de ensino médio na América Latina, em comparação à de estudantes dos países-membros da OCDE, é alta. Ela equivale a 2,4 anos adicionais de educação. Além disso, desigualdades socioeconômicas influenciam fortemente no acesso à educação entre os países latino-americanos.

Conforme o levantamento, apenas 56% dos estudantes mais pobres frequentam o ensino médio, contra 87% dos mais ricos.

O documento revela ainda que as limitações na qualidade da educação impactam fortemente na competitividade das companhias localizadas na América Latina. “As companhias na América Latina enfrentam mais dificuldade para encontrar mão de obra qualificada do que em outras regiões do mundo”, salienta.

O relatório indica que a probabilidade de uma empresa latino-americana enfrentar dificuldades para encontrar trabalhadores com capacidades adequadas às suas necessidades é três vezes maior que uma similar no Sul da Ásia, e 13 vezes maior que na região da Ásia-Pacífico.

“Para combater essa falta de qualificação, políticas específicas são necessárias na educação primária, secundária, técnica e profissional.”

O Brasil destaca-se no relatório pela ampliação no gasto com educação, de 4% do PIB, em 2000, para 5,8%, em 2010, acima da média da América Latina (5%) e da região da OCDE (5,6%). A desigualdade do acesso à educação no país ainda é um problema. Entre os mais pobres, o acesso é 15% menor. Outra dificuldade apontada na realidade brasileira é a alta taxa de evasão escolar.

Na educação primária, ela é 46% (2% na região da OCDE) e na secundária, de 26% (6% na região da OCDE).

São Paulo - Ranking após ranking, o brasileiro é lembrado que a educação anda a passos lentos no país. Se, finalmente, todas as crianças entram na escola , o desafio agora é evitar que elas desistam e abandonem os estudos no meio do caminho.  De acordo com dados do Censo Escolar, 1,3 milhão de crianças e adolescentes em todo o Brasil deixaram as salas de aula durante o ano letivo de 2013. Contra a evasão, professores de todo o país se desdobram para tornar suas aulas mais atraentes e mais conectadas com o dia a dia de seus alunos, com o obejtivo de mantê-los interessados. É o caso dos 10 professores que desenvolveram os projetos apresentados nesta reportagem. Eles são os vencedores do prêmio Educador Nota 10 deste ano, realizado pela Fundação Victor Civita.  São trabalhos desenvolvidos na Educação Infantil e do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, de diversas disciplinas e em diversas regiões do país. Usando assuntos do dia a dia dos alunos e elementos lúdicos, os projetos se destacam pela criatividade com que os temas foram abordados - e, claro, pelos bons resultados alcançados. Além disso, chama a atenção o fato de que, entre as 10 escolas vencedoras, só uma ser privada.  Veja nas fotos o que faz destes projetos exemplos para a educação brasileira.
  • 2. "O povo conta" - EE Padre Paulo (MG)

    2 /9(Divulgação/ Fundação Victor Civita)

  • Veja também

    Projeto: “O povo conta” Escola: Escola Estadual Padre Paulo Cidade: Santo Antônio do Monte - MG No projeto "O povo conta", desevolvido pela professora Ana Cláudia Santos, alunos do 6º ano da escola estadual Padre Paulo, em Santo Antônio do Monte (MG), trabalharam a produção de contos populares em verso e prosa. Depois da professora apresentar vários textos da tradição oral, os estudantes foram incumbidos da tarefa de pesquisar com familiares causos e contos orais tradicionais da região. O objetivo era discutir as diferenças entre a fala e a escrita. Para coroar o trabalho, as histórias descobertas pelos alunos foram reescritas para serem publicadas em um e-book no formato de coletânea.
  • 3. Os guardiões dos sambaquis - EM Professora Maria Regina Leal (SC)

    3 /9(Divulgação/ Fundação Victor Civita)

  • Projeto: "Os guardiões dos sambaquis" Escola: Escola Municipal Professora Maria Regina Leal Cidade: Joinville – SC A professora Angela Maria Vieira abordou o tema de história antiga brasileira através do estudo dos sambaquis (sítios arqueológicos em que se encontram restos de conchas, ossos, objetos de pedra e cerâmica, entre outros) da região próxima à escola, no litoral de Joinville. Ali estão catalogados quatro sambaquis considerados patrimônios arqueológicos mas que estão total ou parcialmente destruídos por conta da pavimentação, da exploração imobiliária e do uso das conchas para a fabricação de cal. A professora fez, então, uma parceira com a equipe do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joiville, que ajudou a aprofundar o estudo com as crianças. Ao final, um material de conscientização foi organizado para divulgar para a população sobre a preservação desses locais.
  • 4. Escrevendo com lenga-lenga - EE Professora Laila Galep Sacker (SP)

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    Projeto: “Escrevendo com lenga-lenga” Escola: Escola Estadual Professora Laila Galep Sacker Cidade: Sorocaba – SP Para ajudar no processo de alfabetização de seus alunos do 1º ano e aproximá-los do processo de construção de um texto, a professora Mara Elizabeth Mansani, escolheu os lenga-lengas - textos de frases curtas, rimadas e com repetições de palavras.  Depois de serem apresentados a esse tipo de texto, foi a vez das crianças escreverem, em pequenos grupos, suas próprias lenga-lengas.  O trabalho culminou na publicação das composições ilustradas em livros.
  • 5. O de dentro e o de fora: o desenho como expressão - EM Valéria Junqueira Paduan (MG)

    5 /9(Divulgação/ Fundação Victor Civita)

    Projeto: “O de dentro e o de fora: o desenho como expressão” Escola: Escola Municipal Valéria Junqueira Paduan Cidade: Santa Rita do Sapucaí – MGA professora de Artes Maria da Paz Melo achava que seus alunos do 4º ano faziam desenhos fracos, então, fez a eles uma proposta: "faça um desenho como você vê dentro da sua cabeça e não se preocupe se ficar diferente. A intenção é que ele tenha a sua cara.”Tendo a ideia de ampliar as referências das crianças, a professora incentivou que os alunos usassem toda a diversidade que uma escola rural pode ter a seu dispor,  como troncos, pedras, galhos e folhas. Maria da Paz fez com os alunos fizessem esculturas e desenhos delas mesmos de vários ângulos. Ensinou também a passar para o papel as sombras feitas pelos galhos. O resultado foi uma turma mais livre artisticamente e desenhos mais bonitos.
  • 6. Construções no plano cartesiano - Colégio Estadual do Ensino Médio e Fundamental do Vale do Saber (PR)

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    Projeto: “Construções no plano cartesiano” Escola: Colégio Estadual do Ensino Médio e Fundamental do Vale do Saber Cidade: Apucarana - PRPara desenvolver o conteúdo de geometria analítica no 8º ano, a professora Marlene Garcia Alves criou uma proposta didática para a turma aprender a localizar coordenadas nos mapas geográficos e pares ordenados no plano cartesiano.Inicialmente, os alunos desenharam figuras geométricas simples e depois passaram a usar o plano cartesiano para construir fachadas das casas. Nessa etapa, os alunos trabalharam com autonomia, apresentando construções com aspectos artísticos, que, depois, foram exibidos em uma mostra cultural.
  • 7. Desastre natural: informar para prevenir - EM CAIC (SP)

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    Projeto: “Desastre natural: informar para prevenir” Escola: Escola Municipal CAIC Cidade: Lorena - SP Com objetivo de ampliar as noções que a turma do 8º ano tinha sobre desastres naturais, a professora Monique Godoi Gomes Lescura criou diversas atividades que tematizaram a caracterização, tipologia e distribuição espacial destes fenômenos.  Os alunos realizaram pesquisas de campo e na internet, incluindo registros fotográficos, seminários, produções de texto e análises de gráficos.  Os estudantes também visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para conhecer o uso de geotecnologias na previsão e monitoramento de desastres naturais.
  • 8. Baía da Babitonga: nosso berçário natural - Centro de Educação Infantil Odorico Fortunato (SC)

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    Projeto: “Baía da Babitonga: nosso berçário natural” Escola: Centro de Educação Infantil Odorico Fortunato Cidade: Joinville - SC Com um manguezal vizinho à escola em que leciona, em uma região da periferia de Joinville, a professora Paula Aparecida Sestari resolveu falar sobre este ecossistema com seus alunos da pré-escola.  Através de conversas, leituras, observações, construções tridimensionais e de vivências, as crianças foram entendendo mais sobre o mangue. A turma também assistiu a vídeos, fez pesquisas sobre a região, fez diversas visitas de campo e montou uma maquete do manguezal. Por fim, com a colaboração da comunidade e a pedido da classe foi construído um “observatório” para que todos pudessem observar o manguezal do pátio da escola. A professora Paula foi escolhida a Educadora do Ano pela Fundação Victor Civita pelo projeto Baía Babitonga.
  • 9. As mil e uma noites - E.M.E.F. Fabiano Alves de Freitas (SP)

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    Projeto: “As mil e uma noites” Escola: E.M.E.F. Fabiano Alves de Freitas Cidade: Ituverava - SPA professora Renata Maria Pontes Cabral de Medeiros organizou um trabalho sistematizado de leitura com o 4º ano para ampliar o repertório da classe sobre o gênero de aventura.Para isso, foram realizadas várias atividades de escrita: coletivas, em duplas e depois textos individuais. Durante todo o processo, a educadora reforçou a necessidade de se planejar o conteúdo e a forma de um texto antes de escrevê-lo e também promoveu a análise da escrita e fez revisões para aprimorar a produção. No final, as crianças elaboraram contos de aventura, com base nas histórias das Mil e uma Noites.
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