Economia

Economistas projetam inflação maior e estagnação da economia

O levantamento mostra alta de 5,43% do IPCA em 2016 e crescimento econômico nulo, contra 5,40% e expansão de 0,20% respectivamente, na pesquisa anterior


	Sede do Banco Central: o órgão disse que a convergência da inflação para o centro da meta em 2016, de 4,5 por cento pelo IPCA, tem se fortalecido
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Sede do Banco Central: o órgão disse que a convergência da inflação para o centro da meta em 2016, de 4,5 por cento pelo IPCA, tem se fortalecido (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2015 às 10h50.

São Paulo - Economistas de instituições financeiras voltaram a aumentar suas projeções para a inflação em 2016, ao mesmo tempo em que passaram a estimar estagnação do Produto Interno Bruto no período depois de uma queda de quase 2 por cento neste ano, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Focus do Banco Central.

O levantamento mostra alta de 5,43 por cento do IPCA em 2016 e crescimento econômico nulo, contra 5,40 por cento e expansão de 0,20 por cento, respectivamente, na pesquisa anterior.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na semana passada, o Banco Central disse que a convergência da inflação para o centro da meta em 2016 --de 4,5 por cento pelo IPCA-- tem se fortalecido e os riscos são "condizentes com efeitos acumulados e defasados da política monetária", mas que ainda é preciso manter-se "vigilante em caso de desvios significativos".

Julho viu alguns cortes de estimativas dos economistas sobre a inflação em 2016, movimento que corroborou nos mercados financeiros as expectativas de fim do ciclo de alta dos juros básicos.

Mas a piora das projeções sobre os preços no Focus da semana passada não foi suficiente para levar os economistas a mudarem suas previsões para a política monetária, ainda prevendo que a taxa básica de juros terminará este ano a 14,25 por cento, patamar atual, e o ano que vem a 12 por cento.

No mercado de juros futuros, a curva de DIs já mostra chances majoritárias de nova elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros em setembro, a 14,50 por cento.

Em julho, a autoridade monetária elevou a Selic em 0,50 ponto percentual e sinalizou o término do aperto monetário, mas esse cenário vem sendo colocado em xeque nas últimas semanas devido, entre outros fatores, à alta do dólar sobre o real, que tende a pressionar a inflação.

O Focus passou a mostrar a moeda dos EUA a 3,40 por cento no fim deste ano, frente a 3,35 por cento no levantamento anterior. Os economistas também pioraram pela 17ª seguida suas estimativas para a inflação neste ano, projetando alta de 9,32 por cento do IPCA, ante 9,25 por cento na pesquisa anterior. Isso mesmo com a perspectiva de contração econômica cada vez mais acentuada neste ano.

Além da perspectiva de crescimento nulo em 2016, o Focus mostrou pela quarta semana consecutiva um aprofundamento na queda do PIB neste ano. Economistas passaram a estimar contração de 1,97 por cento em 2015, contra 1,80 por cento previamente.

As mudanças nas estimativas vêm em meio à pior crise política do Brasil desde o governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que tem abalado a já fraca economia e a confiança dos agentes econômicos.

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