Economia do Brasil para pagar juros atinge 5,69% do PIB em agosto
No mesmo período do ano passado, país havia poupado 6,32% de toda a riqueza produzida
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h20.
O aperto feito pelo governo em agosto não foi suficiente para pagar o total de juros devidos no mês, que somaram 15,6 bilhões de reais. Em julho, os juros pagos haviam totalizado 13,5 bilhões. "Contribuíram para essa elevação o maior número de dias úteis em agosto e o aumento das perdas com operações de swap cambial [troca de títulos]", declarou o BC. Assim, a conta do governo registrou um déficit nominal de 2,4 bilhões de reais no mês passado.
No ano, o saldo está negativo em 34,7 bilhões de reais, já que os juros chegaram a 110,7 bilhões, ou 8,29% do PIB. No acumuladodos últimos doze meses, os juros somam 162,1 bilhões - 8,01% do PIB - e o déficit nominal, 71,6 bilhões.
Dívida
A dívida líquida do setor público caiu 0,3 ponto percentual do PIB entre julho e agosto, chegando ao patamar de 50,3% de toda a riqueza produzida pelo país, o equivalente a 1,033 trilhão de reais. Em relação a dezembro de 2005, houve queda no valor equivalente a 1,2 ponto percentual do PIB.
"A redução da relação entre a dívida líquida e o PIB ao longo do ano foi influenciada pelo resultado primário, pelo efeito do crescimento do PIB valorizado e pelo ajuste decorrente da valorização cambial de 8,6% acumulada no ano", declarou o BC, no comunicado.
A dívida bruta do governo geral, formado pelas esferas federal, estadual e municipal, chegou em agosto a 1,472 trilhão de reais, ou 71,6% do PIB. Em julho, o valor era de 1,451 trilhão, 71,2% do PIB.
Títulos
Ainda de acordo com o comunicado do BC, aumentou em 25,1 bilhões de reais a dívida mobiliária brasileira entre julho e agosto. O débito alcançou 1,039 trilhão de reais, 50,5% do PIB, no mês passado. A expansão da dívida foi resultado de emissões líquidas no valor de 12,5 bilhões de reais, do pagamento de juros de 13 bilhões e da valorização do real frente ao dólar, que fez o montante total cair em 400 milhões.
Com as emissões e os resgates promovidos em agosto, os títulos indexados à Selic continuam como maioria na carteira, com participação de 39,5%. Logo atrás vêm os prefixados, com 29,3%, e os atrelados a índices de preços, com 20,1%. A maioria dos títulos, 54,6%, tem vencimento a partir de janeiro de 2008.