Economia

Com Dubai, Meirelles reforça alerta contra euforia

Por Vanessa Stelzer SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira que os bancos brasileiros não estão expostos aos problemas de dívida de Dubai, mas usou o episódio para fazer um novo alerta sobre o excesso de euforia.   Segundo ele, a questão de Dubai mostra que a economia […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2009 às 15h44.

Por Vanessa Stelzer

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira que os bancos brasileiros não estão expostos aos problemas de dívida de Dubai, mas usou o episódio para fazer um novo alerta sobre o excesso de euforia.

Segundo ele, a questão de Dubai mostra que a economia mundial está se recuperando, mas que ainda existem incertezas e novos contratempos podem ocorrer. O Brasil, no entanto, pode superá-los e o BC continuará acumulando reservas para garantir a força do país.

"Os bancos brasileiros não estão expostos a este fundo ou a este tipo de problema, inclusive pelas próprias restrições da regulação brasileira", disse Meirelles a jornalistas após palestra em São Paulo, referindo-se aos estatais Dubai World e Nakheel.

Dubai informou na quarta-feira que quer que credores desses conglomerados esperem o pagamento de dívida, em um primeiro passo para uma reestruturação.

Do lado macroeconômico, o crescimento brasileiro está ancorado no aumento da renda, do emprego e do crédito doméstico, o que o torna menos vulnerável à instabilidade externa, acrescentou Meirelles.

Ele ressaltou, no entanto, que a crise financeira mundial ainda não foi totalmente superada e que novas situações como essa podem ocorrer, mas não na mesma escala da turbulência gerada pelo setor imobiliário norte-americano.

"A recuperação global está ocorrendo, mas é lenta, dolorosa e sujeita a incertezas e é isto que está acontecendo. Essa é uma das razões pelas quais temos alertado contra o excesso de euforia", acrescentou.

O presidente do BC destacou, por outro lado, que as autoridades norte-americanas e europeias, que têm mais exposição a investimentos em Dubai, estão mostrando tranquilidade.

Além disso, os bancos internacionais possuem as ferramentas para enfrentar a situação, conforme mostraram os testes de estresse feitos pelo BC dos Estados Unidos neste ano para determinar as necessidades de capitalização das instituições.

No Brasil, Meirelles disse que o Banco Central manterá sua política de acúmulo de reservas internacionais devido à continuidade das incertezas pós-crise.

Meirelles também foi questionado sobre o comentário feito nesta semana pelo diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, de que a autoridade deveria participar da supervisão dos fundos de investimento.

O presidente do BC respondeu que "isso é algo que será objeto de grande discussão entre o BC e a CVM no mundo inteiro, porque é importante avançarmos na integração de informações... como a crise nos mostrou."
 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega