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Dívida global é a maior desde as Guerras Napoleônicas, diz presidente do Fórum Econômico Mundial

Dívida pública global atingiu US$ 91 trilhões, ou 92% do PIB mundial, segundo o FMI

Borge Brende: presidente do fórum alerta que cenário atual pode repetir a década de 70, marcada por um crescimento baixo (Bloomberg/Getty Images)
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 29 de abril de 2024 às 07h54.

Os enormes volumes de dívidas que se acumulam em todo o mundo forçaram o presidente do Fórum Econômico Mundial a voltar mais de 200 anos na história para encontrar um período "comparável".

Em uma e ntrevista no domingo com a CNBC numa conferência do Fórum Econômico Mundial na Arábia Saudita, Borge Brende alertou que a dívida global está se aproximando da produção econômica total do mundo.

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“Não víamos esse tipo de dívida desde as guerras napoleônicas”, disse ele. “Estamos chegando perto de 100% do PIB global em dívidas", contou o executivo.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional, no ano passado a dívida pública global atingiu US$ 91 trilhões, ou 92% do PIB, até o final de 2022.Na verdade, isso foi uma queda em relação aos níveis de dívida da era da pandemia, mas permaneceu em linha com uma tendência de alta que vem de décadas.

Os dados sobre a dívida global durante as Guerras Napoleônicas, que ocorreram no início do século XIX, são mais difíceis de obter. Mas, para fins de comparação, algumas estimativas colocam a dívida do governo britânico em mais de 200% do PIB em 1815.

Brende também disse à CNBC que os governos precisam tomar medidas fiscais para reduzir suas dívidas sem desencadear uma recessão.

Por enquanto, o crescimento global está em torno de 3,2% ao ano, o que não é ruim, mas também está abaixo da tendência de crescimento de 4% que o mundo vinha observando há décadas, disse o executivo.

O cenário atual pode repetir a década de 1970, quando crescimento foi baixo por um longo período, disse Brende. Ele acrescentou que o mundo pode evitar esse risco caso as grandes economias continuem a não se envolver em mais guerras comerciais.  “O comércio foi o motor do crescimento durante décadas”, falou.

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