Estados Unidos e China: preocupação, no entanto, é que uma guerra entre as economias norte-americana e chinesa prejudique o Brasil no futuro (Feng Li/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de abril de 2018 às 19h28.
Rio - O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcello Estevão, acredita que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China seja pontualmente favorável ao Brasil. Porém, no médio prazo poderá prejudicar o País.
"Num sentido mais pontual, por enquanto ajuda um pouco. Se os chineses colocarem uma tarifa na importação de soja americana, (isso) ajudará os produtores de soja brasileiros", afirmou, após participar de seminário sobre o Mercosul promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ele acredita também que, diante do impasse entre Estados Unidos e China, o bloco de livre comércio sul-americano poderá sair fortalecido. "Acho que essa situação vai ajudar o Brasil a fechar acordos de comércio com outros grupos que estão olhando para algumas economias mais reticentes a fazer (acordos de livre comércio) agora, como a americana, e vão pensar: 'deixa eu fazer um acordo com o Mercosul'", complementou.
A preocupação, no entanto, é que uma guerra entre as economias norte-americana e chinesa prejudique o Brasil no futuro, mesmo que esse não seja o objetivo dos dois países ao adotarem medidas de proteção dos seus mercados. "Um clima ruim não é bom para ninguém. A gente pode ser aquele cara que leva uma bala perdida. Por exemplo, acabamos quase levando uma bala perdida no setor de aço", disse Estevão.