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Desocupação chega a 12,4% em abril e renda cai 7,7%, diz IBGE

A taxa de desocupação, medida pelo IBGE, ficou praticamente estável em relação a abril do ano passado e sofreu ligeira alta em relação a março de 2003. O rendimento médio real habitualmente recebido caiu 7,7% em relação a abril do ano passado, enquanto o efetivamente recebido caiu 6,3% no mesmo período. Desde abril de 2002, […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

A taxa de desocupação, medida pelo IBGE, ficou praticamente estável em relação a abril do ano passado e sofreu ligeira alta em relação a março de 2003. O rendimento médio real habitualmente recebido caiu 7,7% em relação a abril do ano passado, enquanto o efetivamente recebido caiu 6,3% no mesmo período. Desde abril de 2002, a população ocupada recebeu mais 936 mil pessoas e 59% delas eram mulheres. O índice mostra coerência com o desemprego na indústria, divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, que apontou para uma redução de 0,5% das vagas no setor. Analistas avaliam que a política de juros altos pode estar retraindo o setor produtivo.

A Pesquisa Mensal de Emprego de abril de 2003 estimou a taxa de ocupação em 87,6% e a de desocupação em 12,4%, observando-se pequena variação em relação aos valores de março (87,9% e 12,1%, respectivamente) e estabilidade em relação à taxa de abril do ano passado (12,5%). A taxa de atividade manteve-se praticamente constante de março para abril deste ano (56,6% para 56,7%) e aumentou 1,8 ponto percentual de abril do ano passado para abril deste ano.

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Segundo avaliação do BBV, os indicadores de desemprego são marcados por forte sazonalidade no início do ano. As séries históricas mostram que o desemprego só começa a cair a partir de abril. "O aumento de 12,1% para 12,4% em abril seria um primeiro resultado desfavorável do ano", avalia o banco, ressaltando que a taxa no mesmo mês do ano passado estava em 12,5%.

Nas regiões metropolitanas, de março para abril, a taxa de desocupação variou mais expressivamente em Recife (12,7% para 14,0%). De abril do ano passado para abril deste ano, a maior variação foi em Belo Horizonte (11,6% para 10,5%).

Em abril, o número de pessoas desocupadas aumentou ligeiramente em relação a março deste ano (3,1%) e a abril de 2002 (4,7%). De março para abril deste ano, o número de pessoas desocupadas do sexo masculino aumentou 4,0% e as do sexo feminino, 2,3%. As variações de abril do ano passado para abril deste ano foram de 1,3% e 7,8%, respectivamente.

De março para abril deste ano, o número de pessoas desocupadas aumentou em cinco das seis regiões pesquisadas, destacando-se Recife, com crescimento de 10,2%. Em Porto Alegre houve queda de 2,0%. De abril do ano passado para abril deste ano, destacaram-se Salvador e São Paulo, com crescimento em torno de 11,5%, e Rio de Janeiro, com queda de 10,3%.

O número de pessoas ocupadas em abril manteve-se praticamente constante em relação a março (0,1%) e aumentou 5,4% em relação a abril do ano passado. De março para abril de 2003, o número de pessoas ocupadas do sexo masculino caiu 0,5%, enquanto o do sexo feminino cresceu 0,8%. Nesse período, o número de pessoas que trabalharam por conta própria cresceu 1,6% e o de empregados sem carteira de trabalho assinada, 1,0%. Em contrapartida, caiu o número de empregadores (-5,4%) e o de empregados com carteira de trabalho assinada (-0,7%). No setor privado, o número de empregados com carteira de trabalho assinada caiu 0,7%, enquanto o de empregados sem carteira de trabalho assinada subiu 1,0%.

Dentre os principais grupamentos de atividade, as variações foram: comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e comércio a varejo de combustíveis (-4,4%), indústria extrativa e de transformação e produção e distribuição de água, luz e gás (3,1%), administração pública, defesa, seguridade, educação e saúde e serviços sociais (1,8%) e outros serviços - alojamento, alimentação, transporte, armazenagem, comunicação e outros serviços coletivos, sociais e pessoais (-0,2%). O número de pessoas ocupadas trabalhando habitualmente por semana entre 15 e 39 horas e 40 e 44 horas aumentou (em ambas as faixas, 1,9%). Em contrapartida caiu o número de trabalhadores na faixa de 45 a 48 horas (-2,4%).

De abril do ano passado para abril deste ano, estimou-se um acréscimo de aproximadamente 936 mil pessoas trabalhando. As mulheres responderam por 59% desse acréscimo e os homens por 41%. Considerando a posição na ocupação, 336 mil eram empregados sem carteira de trabalho assinada (35,9%), 277 mil eram empregados com carteira de trabalho assinada (29,6%) e 245 mil trabalhadores por conta própria (26,1%). O acréscimo verificado no setor privado foi de 284 mil empregados com carteira de trabalho assinada e 244 mil empregados sem carteira de trabalho assinada, representado 30,3% e 26,0% do acréscimo do número de pessoas ocupadas, respectivamente.

Dentre os grupamentos de atividade, destacaram-se o da intermediação financeira, serviços prestados à empresa e atividades imobiliárias (326 mil pessoas) e o de outros serviços (185 mil pessoas), com participações de 34,8% e 19,7%, respectivamente.

Considerando o número de pessoas ocupadas no empreendimento, a variação mais significativa no acréscimo da ocupação foi verificada nos empreendimentos que ocupavam de 1 a 5 pessoas (314 mil pessoas - 33,5%), seguido dos empreendimentos que ocupavam 11 pessoas ou mais (300 mil pessoas - 32,0%). No que diz respeito à contribuição para a previdência social, 66,8% do acréscimo de trabalhadores não eram contribuintes (626 mil pessoas).

Em termos relativos, de abril do ano passado para abril deste ano, o número de pessoas ocupadas do sexo feminino aumentou 7,6%, o dobro do crescimento dos trabalhadores do sexo masculino (3,8%). Com relação à posição na ocupação, aumentou o número de empregadores (14,2%), empregados sem carteira de trabalho assinada ( 9,1%), trabalhadores por conta própria (7,3%) e empregados com carteira de trabalho assinada (3,5%). No setor privado, as variações foram de 9,4% para os empregados sem carteira de trabalho assinada e de 4,1% para os empregados com carteira de trabalho assinada.

Dentre os principais grupamentos de atividade, o do comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais etc., apresentou queda de 3,8%, enquanto o dos outros serviços e o da indústria extrativa e de transformação e produção e distribuição de água, luz e gás apresentaram crescimento de 6,4% e de 4,9%, respectivamente.

O acréscimo da ocupação foi mais expressivo na Região Metropolitana de Belo Horizonte (9,5%). Em seguida aparecem Porto Alegre (6,0%), Salvador (5,4%), São Paulo (5,3%), Recife (4,5%) e Rio de Janeiro (4,0%). Com exceção do Rio de Janeiro e de Salvador, o crescimento do número de empregados sem carteira de trabalho assinada superou significativamente o de empregados com carteira de trabalho assinada Em São Paulo, o número de empregados com carteira de trabalho assinada aumentou 0,5% , enquanto o de empregados sem carteira de trabalho assinada aumentou 11,5%.

Em abril, o rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas foi R$ 857. A variação em relação ao mês anterior foi de 0,3% e em relação ao de abril do ano passado de -7,7%, mantendo o comportamento de queda verificada na comparação março/março (-7,2%). De março para abril deste ano, no setor privado, cresceu o rendimento dos empregados com carteira de trabalho assinada (1,7%) e caiu o rendimento dos trabalhadores por conta própria (-1,2%) e dos empregados sem carteira de trabalho assinada (-0,9%). De abril do ano passado para abril deste ano, caiu o rendimento das três categorias: trabalhadores por conta própria (-19,1%), empregados sem carteira de trabalho assinada (-8,4%) e empregados com carteira de trabalho assinada (-2,4%).

O rendimento médio real efetivamente recebido em março (a preços de abril de 2003) pelas pessoas ocupadas situou-se em R$ 868,64, praticamente igual ao do mês anterior (R$ 869,17) e inferior ao de abril do ano passado (-6,3%), mantendo a queda verificada na comparação março/março (-4,9%). De fevereiro para março deste ano, no setor privado, cresceu o rendimento dos empregados com carteira de trabalho assinada (1,2%) e caíram o rendimento dos trabalhadores por conta própria (-0,9%) e o dos empregados sem carteira de trabalho assinada (-0,8%). De março do ano passado para março deste ano, caiu o rendimento das três categorias: trabalhadores por conta própria (-16,8%), empregados sem carteira de trabalho assinada (-5,4%) e empregados com carteira de trabalho assinada (-1,6%).

O número de pessoas não economicamente ativas manteve-se praticamente constante de março para abril deste ano (-0,1%) e caiu de abril do ano passado para o deste ano (-2,1%). Dentre os inativos, caiu a parcela daqueles que gostariam e estavam disponíveis para trabalhar tanto em relação março deste ano (-1,1%) quanto a abril do ano passado (-14,3%).

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