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Desafio do BC é controlar expectativas quanto aos preços administrados

Para os economistas do Bradesco, seria melhor que a Petrobras reajustasse novamente os preços dos combustíveis o quanto antes, neutralizando as expectativas correntes de que novos aumentos serão inexoráveis em 2005

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h02.

A política monetária do Banco Central (BC) já conseguiu controlar com eficiência a expectativa de inflação para 2005 - mas apenas as projeções relacionadas aos preços livres. A avaliação é do departamento de economia do Bradesco, em boletim divulgado nesta segunda-feira (1/11) sobre a atuação do BC nas últimas seis semanas. "Enganam-se os que dizem que osúltimos aumentosna taxa básica foram insuficientes para afetar as expectativas dos agentes econômicos formadores de preços e salários", afirma o texto. O problema pode vir a ser a variação dos preços administrados (aqueles controlados pelo governo ou por contratos, como é o caso do telefone e da eletricidade).

Pelo raciocínio dos economistas do banco, dados o peso dos preços administrados de 29% no IPCA e as previsões para a inflação de 2005, é possível perceber, por exclusão, que as expectativas de evolução dos preços livres "estão bastante bem-comportadas". Nos últimos 45 dias, os preços livres mostram até mesmo algum sinal de arrefecimento.

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Isso significa que o mercado não vê muito espaço para remarcações das empresas e concentra as preocupações em tarifas e preços como os dos combustíveis. É por esse motivo que a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que elevou a Selic para 16,75% ao ano menciona explicitamente apolítica de preços da Petrobras, revelando a certeza de que é aí que reside o maior problema.

"Boa parte da deterioração de expectativas relativas à inflação de 2005 está na postergação do aumento dos combustíveis." Para os economistas do Bradesco, seria melhor se os preços da gasolina e do diesel fossem novamente reajustados o quanto antes, concentrando o impacto na inflação de 2004. Com esse movimento, "a política monetária não precisaria sofrer aperto muito maior do que o atual", porque as expectativas para 2005 relativas aos preços administrados iriam melhorar substantivamente.

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