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Desaceleração do crescimento americano é boa notícia para o Brasil

Taxa de avanço do PIB anualizado no segundo trimestre fica abaixo da expectativa. Ao mesmo tempo, porém, o nível de investimentos nos EUA mais do que dobra

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

A desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre é boa notícia para o Brasil. A avaliação é de Marcelo de Ávila, economista-chefe da consultoria GlobalStation. A taxa anualizada divulgada nesta sexta-feira (30/7) pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos aponta para um avanço de 3% no segundo trimestre, quando os analistas estimavam de 3,6% a 3,8%. O crescimento do primeiro trimestre foi de 4,5%.

"Há uma grande especulação sobre a intensidade do aperto monetário nos Estados Unidos. O que importa para nós é que esse resultado descarta elevações dos juros americanos superiores a 0,25 ponto percentual", afirma Ávila.

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Quanto mais agressiva for a reação do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, em seu controle da inflação através do ajuste dos juros básicos da economia, maior a perda brasileira de capitais internacionais atualmente aplicados em seus papéis. Com melhor remuneração sendo oferecida na economia mais sólida do planeta, os investidores naturalmente preferem alocar seus recursos ali, e não nas economias emergentes, com seus riscos inerentes, como o Brasil.

"As últimas manifestações de Greenspan partiam de premissa de um crescimento ainda mais forte da economia no restante do ano", diz Ávila. Os dados de hoje desmontam esse ponto de partida. Entre os resultados, porém, há uma boa notícia para os americanos. O ritmo dos investimentos mais do que dobrou, de 4,2% no primeiro trimestre para 8,9% de abril a junho.

Freio

O consumo americano no segundo trimestre apresentou o ritmo mais fraco dos últimos três anos: apenas 1%, quando no primeiro trimestre havia crescido 4,1%. A demanda por duráveis caiu 2,5%, ante crescimento de 2,2% nos três meses anteriores, e o consumo de não duráveis caiu 0,1%, depois de um avanço de 6,7% no primeiro trimestre. O consumo responde por dois terços do PIB americano.

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