Economia

Depoimento de Buratti à CPI dos Bingos não traz novidades nem provas

Encerrado às 17h40 desta quinta-feira (25/8), o depoimento à CPI dos Bingos de Rogério Buratti -- ex-assessor de Antonio Palocci quando o ministro da Fazenda era prefeito de Ribeirão Preto -- foi anticlimático, mas não eliminou por completo as incertezas sobre a permanência de Palocci no ministério. "Restou a palavra do assessor contra a palavra […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

Encerrado às 17h40 desta quinta-feira (25/8), o depoimento à CPI dos Bingos de Rogério Buratti -- ex-assessor de Antonio Palocci quando o ministro da Fazenda era prefeito de Ribeirão Preto -- foi anticlimático, mas não eliminou por completo as incertezas sobre a permanência de Palocci no ministério. "Restou a palavra do assessor contra a palavra do ministro", diz Rogério Schmitt, analista político da consultoria Tendências. "Por outro lado, há um risco embutido porque a mídia vai continuar atrás de evidências de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto, e qualquer nova informação causará turbulências."

Pelo menos por hoje, o mercado financeiro encerrou o dia tranqüilo. O dólar fechou em queda de 1,68%, o risco-país caiu 7 pontos, para 411, e a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão com alta de 2,58%.

Em depoimento ao Ministério Público Estadual na sexta-feira passada, o advogado Rogério Buratti afirmou que, quando prefeito no interior de São Paulo, o ministro recebia mensalmente uma propina de 50 mil reais da empresa Leão Leão, prestadora de serviço de coleta de lixo. O dinheiro, segundo ele, era repassado ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.

Hoje o ex-assessor afirmou que foi coagido quando depôs aos promotores, mas reafirmou a existência do esquema de propinas para prefeituras da região de Ribeirão Preto. Baseado no testemunho do ex-secretário da prefeitura de Ribeirão, Ralf Barquete, já falecido, Buratti repetiu que empresários do bingo em São Paulo destinaram 1 milhão de reais para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência em 2002.

"Ele invocou como confirmação do que afirma o testemunho de uma pessoa que já morreu", afirma Schmitt. "Isso enfraquece muito as acusações, mas fica sempre a incerteza do que mais possa haver."

Carnaval

O presidente Lula afirmou hoje em discurso que os promotores paulistas promoveram "um carnaval" ao interrogar Buratti, "colocando em risco a estabilidade da economia". O presidente também disse que não vai ceder às pressões para que reaja à crise com medidas populistas, como o corte drástico dos juros. "O problema dos juros é um problema do Banco Central", afirmou Lula.

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