Economia

Déficit primário do PIB em 12 meses é o maior desde 2016

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em junho pode ser atribuído ao rombo de R$ 180,247 bilhões do Governo Central

Déficit: é o maior desde setembro de 2016 (3,04%) (Ueslei Marcelino/Reuters)

Déficit: é o maior desde setembro de 2016 (3,04%) (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de julho de 2017 às 12h00.

Brasília - As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 167,198 bilhões em 12 meses até junho, o equivalente a 2,62% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira, 30. Este porcentual é o maior desde setembro de 2016 (3,04%).

O BC leva em conta, em suas projeções, as previsões do governo para a área fiscal contidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de déficit de R$ 143,1 bilhões para 2017. Essa projeção considera um rombo de R$ 139,0 bilhões para o Governo Central em 2017.

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em junho pode ser atribuído ao rombo de R$ 180,247 bilhões do Governo Central (2,82% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram superávit de R$ 12,363 bilhões (0,19% do PIB) em 12 meses até junho. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 11,260 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,102 bilhão.

As empresas estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras,registraram resultado positivo de R$ 686 milhões no período.

Déficit nominal

O setor público consolidado registrou déficit nominal deR$ 51,063 bilhões em junho. Em maio, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 66,989 bilhões e, em junho de 2016, negativo em R$ 32,174 bilhões.

No mês passado, o Governo Central registrou déficit nominal de R$ 48,075 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 2,717 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 272 milhões.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit nominal no primeiro semestre de 2017 foi de 7,60%, uma soma de R$ 241,767 bilhões. Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 9,50% do PIB, com saldo negativo de R$ 607,495 bilhões.

Gasto com juros

O setor público consolidado teve gasto de R$ 31,511 bilhões com juros em junho, após esta despesa ter atingido R$ 36,252 bilhões em maio, informou o Banco Central.

O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 28,138 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 2,956 bilhões e as empresas estatais, de R$ 417 milhões.

No ano, o gasto com juros subiu de R$ 175,073 bilhões até maio para R$ 206,584 bilhões até junho (6,49% do PIB). Em 12 meses, as despesas com juros subiram de R$ 430,898 bilhões para R$ 440,297 bilhões até junho (6,89% do PIB).

Dívida Líquida

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 48,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em junho, ante 48,1% em maio. Em dezembro de 2016, estava em 46,2% do PIB. A dívida do Governo Central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,113 trilhões. O Banco Central previa que a relação da DLSP com o PIB chegaria a 48,5% em junho.

Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 4,675 trilhões, o que representou 73,1% do PIB. É o maior porcentual da série iniciada em dezembro de 2006. Em maio, essa relação estava em 72,54% e a previsão do BC para o resultado do mês passado era de uma taxa de 73,1%. No melhor momento da série histórica, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.

A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDívidasGastosJurosPIB do Brasil

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor