Crise global de pensões sinaliza déficit de US$ 15,8 tri em 2050
Grupo dos 30 culpa principalmente os antiquados sistemas de pensão e aposentadoria pelo enorme déficit de financiamento
Ligia Tuon
Publicado em 20 de novembro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 21 de novembro de 2019 às 10h36.
Os Estados Unidos , China e outras economias líderes enfrentam um enorme déficit de financiamento, estimado em US$ 15,8 trilhões em 2050, necessário para garantir apoio financeiro vitalício à população que envelhece.
É o que diz um relatório coordenado pelo ex-presidente da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido, Adair Turner, para o prestigioso Grupo dos 30, formado por ex-autoridades responsáveis por políticas públicas e outros ainda na ativa.
“Se as políticas públicas e os comportamentos individuais não mudarem, os sistemas de pensão de muitos países enfrentarão uma grave crise, ameaçando pressões de gastos públicos inacessíveis ou renda inadequada para aposentados”, disse Turner em comunicado.
O déficit estimado de US$ 15,8 trilhões é ajustado pela inflação, de modo que o valor nominal real em dólares em 2050 será substancialmente maior, equivalente a 23% do PIB global naquele ano, segundo o relatório de 75 páginas.
O G-30, que inclui o presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, e os ex-secretários do Tesouro dos EUA Timothy Geithner e Lawrence Summers, culpou principalmente os antiquados sistemas de pensão e aposentadoria pelo enorme déficit de financiamento, que somou US$ 1,2 trilhão em 2018. A estimativa de retornos menores de poupança - em uma era de baixas taxas de juros - agrava o problema.
O relatório - que abrange 21 países, incluindo Japão, Alemanha, Índia e México, que respondem por 90% do PIB global - disse que a crise que se aproxima não é apenas de pensões. A segurança financeira vitalícia também depende da disponibilidade de serviços de saúde pública, moradia e transporte, bem como do apoio informal da comunidade e da família.