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Criação da Petrosal é criticada pela revista britânica The Economist

Petrobras é a mais indicada para explorar as reservas do pré-sal, afirma a publicação

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h18.

A polêmica sobre quem deve explorar as grandes reservas de óleo descobertas no pré-sal ganhou as páginas da edição desta semana da revista britânica The Economist. Na reportagem A funny kind of reward (Uma estranha forma de reconhecimento), a publicação criticou a criação de uma nova estatal focada apenas na administração dessas reservas, como deseja o governo federal, e afirmou que a Petrobras é a empresa mais indicada para a tarefa.

Sobre a nova estatal, apelidada pelo mercado de Petrosal, a revista afirma que "qualquer nova companhia pública pode se transformar, rapidamente, em um foco de indicações políticas". Embora o controle da Petrobras também pertença ao governo, tornando a empresa sujeita a interferências dos políticos de plantão, a Economist destacou sua condição de companhia de capital aberto, "sujeita à disciplina do mercado e relativamente enxuta".

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Enquanto a nova estatal pode se tornar um ninho de indicações políticas, a revista destaca que "muito da nova estatura e sucesso da Petrobras vem de uma decisão prévia do governo de distribuir 60% de seu capital na bolsa, abrir a indústria de petróleo e permitir a participação de empresas estrangeiras como parceiras ou concorrentes". Suas ações são as mais negociadas da Bovespa ( PETR3 e PETR4 ). Por isso, a recente polêmica sobre o pré-sal, ao lado do recuo do preço do petróleo no mercado mundial, levou as ações da estatal a uma forte queda que arrastou o Ibovespa, principal indicador do pregão paulista.

A Petrobras também teria o "conhecimento técnico e a musculatura financeira" para explorar as novas reservas - uma condição, segundo a revista, reconhecida pelos especialistas do setor petrolífero. A estatal vem explorando reservas em águas profundas desde a crise do petróleo, nos anos 70. A recente disparada da cotação empurrou suas sondas para mais longe da costa, e para profundidades ainda maiores. A revista destaca o avanço do domínio tecnológico em águas profundas. Para perfurar o primeiro poço de teste do pré-sal, a Petrobras demorou um ano e gastou 240 milhões de dólares. O último poço foi perfurado foi perfurado em 60 dias, ao preço de 1 milhão de dólares por dia. Grande parte dos 65 bilhões de dólares que a Petrobras planeja investir nos próximos cinco anos será destinada ao pré-sal.

A revista também destaca outra possibilidade em estudo pelo governo - a de desapropriar os campos do pré-sal já licitados e em poder da Petrobras. "Isso seria ruim para a confiança e desastroso para a companhia e seus parceiros, como a britânica BG Group e a portuguesa Galp. Além disso, a desapropriação poderia arranhar a imagem do Brasil no exterior, e causar um temor generalizado dos investidores estrangeiros sobre a segurança das regras e dos contratos no país.

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