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Cresce preocupação por agenda social global, diz pesquisa

Pesquisa apresentada na abertura do III Fórum Social Mundial mostra que as pessoas querem uma agenda global que priorize as questões sociais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

Elaborar uma agenda global com ênfase nas questões sociais é uma preocupação crescente da sociedade civil em boa parte do mundo. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa encomendada pelo III Fórum Social Mundial e divulgada nesta quinta-feira na abertura do evento. Foram ouvidas 15 mil pessoas, em 15 países (Argentina, Canadá, China, Alemanha, Grã-Bretanha, Índia, Itália, México, Holanda, Nigéria, Rússia, Qatar, Coréia do Sul, Turquia e Estados Unidos), que revelaram as seguintes preocupações:

  • Mais de 61% dos entrevistados acham que a sociedade global deveria priorizar as questões sociais em detrimento do crescimento econômico; 31% acham que a sociedade deve focar primeiramente o crescimento econômico.
  • A maioria crê que a globalização torna os ricos mais ricos e os pobres mais pobres: 55% acreditam que a globalização concentra a renda e 38% acham que ela traz oportunidades para todos;
  • 53% das pessoas ouvidas acreditam que a globalização é controlada pelos interesses das grandes multinacionais; 38% acham que a globalização resulta de um processo natural de evolução da economia.
  • A maior parte dos entrevistados sente que o futuro da maioria dos povos é decidido por forças externas que estão fora do seu controle.

    O perfil das respostas, porém, muda de acordo com os países. Na Inglaterra, por exemplo, 75% dos entrevistados acreditam que forças externas poderosas controlam o futuro da maioria. Já entre os americanos, há uma tendência a acreditar que as pessoas controlam seus próprios destinos.

    Em 10 dos 15 países pesquisados, como na Alemanha e na Coréia do Sul, a maioria acredita que a globalização concentra riquezas em vez de distribuí-las. Já os americanos, os mexicanos e os qatarianos vêem a globalização como fonte de oportunidades para todos. Em países em desenvolvimento, como a Índia e a China, as pessoas estão divididas, mas outros estudos conduzidos nesses países pelo instituto responsável pela pesquisa mostram que a população em geral é a favor da globalização.

    Curiosamente, os chineses são os mais propensos a acreditar que a globalização é uma conseqüência natural da evolução da economia e são os que menos suspeitam dos interesses das companhias multinacionais. Já os indianos são os mais incrédulos: seis em cada 10 deles apontam os interesses das grandes empresas por trás da globalização.

    A pesquisa, realizada nos últimos dois meses, foi encomendada pelos organizadores do Fórum e teve a supervisão do instituto Environics International que coordenou institutos de pesquisa de cada um dos 15 países.

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