Economia

Cresce preocupação sobre dívida na zona do euro

LISBOA (Reuters) - O euro, as bolsas de valores e os bônus de países da zona do euro com alto nível de dívida caíam pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira, pressionados por temores de que os problemas de Portugal e de outros países se espalhem pela Europa, levando os investidores a ativos mais seguros. Todos […]

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2010 às 10h17.

LISBOA (Reuters) - O euro, as bolsas de valores e os bônus de países da zona do euro com alto nível de dívida caíam pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira, pressionados por temores de que os problemas de Portugal e de outros países se espalhem pela Europa, levando os investidores a ativos mais seguros.

O governo em Lisboa diz que a lei, criada pela oposição e aprovada em um comitê na quinta-feira, limitaria a sua capacidade de reduzir o déficit orçamentário para um total de 8,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Junto com a Grécia e a Espanha, Portugal é um dos países da zona do euro que enfrentam pressões intensas para colocar as suas finanças públicas em ordem e acalmar os mercados, que estão preocupados com o risco de moratória.

Analistas não estão mais excluindo a possibilidade de que um país mais fraco, como a Grécia, saia do bloco, mas a maioria acredita que a união monetária vai sobreviver.

Refletindo as preocupações, os investidores nos Estados Unidos e na Ásia cortaram ativos de risco e migraram para títulos do Tesouro norte-americano e para o iene, ambos vistos como seguros.

"O mercado está acompanhando de perto a capacidade de cada país de lidar com suas dívidas. Se a fé for perdida, as taxas vão subir significativamente", disse Erkki Liikanen, membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE).

O euro despencou para abaixo de 1,37 dólar, seu nível mais baixo desde maio de 2009. A divisa também caiu ante outras moedas seguras como o franco suíço, fazendo o banco central da Suíça tomar a medida incomum de intervir no mercado.

As ações gregas caíam 4,05 por cento, enquanto as bolsas portuguesa e espanhola recuavam cerca de 2 por cento após caírem de 5 a 6 por cento na quinta-feira.

O custo do seguro contra uma moratória da dívida soberana de Grécia, Portugal e Espanha subiu para níveis recordes, e o rendimento dos bônus dos três países comparados aos bônus alemães também subiu fortemente, um sinal da crescente inquietação do investidor com as divergências fiscais dentro do bloco.

"Há, agora, uma significativa pressão de baixa sobre os índices globais, com o temor de que a situação na Grécia penetre em outras economias europeias mais fracas", disse Owen Ireland, analista da ODL Securities. "A confiança está extremamente frágil."

GRÉCIA TENTA TRANQUILIZAR
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, em visita à capital indiana Nova Délhi, procurou tranquilizar os céticos sobre a capacidade do governo de conduzir medidas de austeridade e controlar os níveis exorbitantes de déficit e da dívida pública.

"Eu consigo entender as dúvidas, mas essa é a razão pela qual nós precisamos (nos) provar. Nós vamos aplicar esse programa de forma crível", disse Papandreou.

A Grécia prometeu reduzir o seu déficit em 4 pontos percentuais, para 8,7 por cento do PIB neste ano, de 12,7 por cento em 2009.

Nesta semana, a Comissão Europeia aprovou o plano de redução de déficit da Grécia com duração de três anos, trazendo alívio temporário.

Mas os mercados ainda têm dúvidas sobre o poder de Papandreou de encaminhar o seu programa em meio a ameaças crescentes de agitações sociais, em um país com histórico de protestos violentos.

Agentes aduaneiros gregos iniciaram uma série de greves contra o plano de austeridade do governo na quinta-feira, e uma greve mais ampla do setor público está marcada para o dia 10 de fevereiro.

A ameaça de agitações sociais também existe na Espanha, onde as críticas ao primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero aumentam.

Sindicatos espanhóis disseram na quinta-feira que fariam protestos e a oposição ameaçou fazer uma moção de censura no parlamento -- uma medida que pode derrubar o governo se bem-sucedida.

O governo espanhol deve detalhar as suas reformas trabalhistas nesta sexta-feira. A taxa de desemprego na Espanha, cuja economia despencou desde o estouro da bolha no setor de construção, está perto de 20 por cento.

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