Economia

Credores querem controlar a Grécia, diz economista

O Banco Central Europeu, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional buscam controlar a Grécia, disse representante do Brasil no FMI


	Bandeira da Grécia: Grécia recebe ajuda financeira desde 2010
 (John Kolesidis/Reuters)

Bandeira da Grécia: Grécia recebe ajuda financeira desde 2010 (John Kolesidis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 14h50.

Washington - Os três credores da Grécia - o Banco Central Europeu, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) - buscam controlar o país do exterior, expressou o representante do Brasil no FMI, de acordo com um comunicado recebido nesta terça-feira.

Segundo o documento, durante a última reunião do Comitê Executivo do FMI para discutir a situação na Grécia, Paulo Nogueira Batista assegurou que os esforços da troika "não são mais do que uma tentativa de controlar o país do exterior".

"Isto funciona muito raramente na prática", disse Nogueira Batista segundo o comunicado.

O duro discurso de Nogueira Batista foi lido no dia 30 de maio, durante a reunião do Comitê Executivo do FMI para a quinta revisão do acordo entre a troika e a Grécia.

A Grécia, que recebe ajuda financeira desde 2010, parece ser "vítima do rigor alemão", acrescentou Nogueira Batista em seu discurso, assim que foi conhecida a lista atualizada das reformas pedidas a Atenas pelos credores que apoiaram o resgate do país.

"O número de medidas de reforma estrutural que a troika tem pedido à Grécia parece excessivo", apontou o economista brasileiro, que expressou sua "preocupação pelo nível de detalhe e de intrusão" das demandas.

Nogueira Batista, conhecido crítico do modelo de ajuda à Grécia, apontou que a situação grega "melhorou", mas acrescentou que a "a leve melhoria dos últimos meses não parece transformar fundamentalmente a previsão do país no médio prazo".

"Não conseguimos ver como a Grécia fará para se libertar desta armadilha que caiu", afirmou.

No momento em que se especula sobre um novo plano de ajuda a Atenas, o funcionário acredita que uma parcela adicional da dívida apenas será evitada se houver "uma melhora substancial na economia mundial, especialmente na zona euro".

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