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Corrupção desvia U$1 trilhão em impostos globalmente, diz FMI

Fundo pede a profissionalização do serviço público, regras tributárias e códigos comerciais simples para evitar a tentação de se pagar subornos

Sede do FMI, em Washington (EUA): para instituição, transparência e a supervisão são elementos centrais para refrear a corrupção (Chip Somodevilla/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 4 de abril de 2019 às 12h47.

Nova York — Conter a corrupção poderia gerar cerca de 1 trilhão de dólares em impostos anualmente ao redor do mundo, segundo uma pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além de aumentar a receita dos governos, combater a corrupção também pode diminuir o desperdício e até ajudar a melhorar as notas de alunos de escolas públicas, disse o FMI. E ainda melhora a confiança pública geral nos governos.

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"Menos corrupção significa menos vazamento de receita e menos desperdício com gastos, e qualidade melhor da educação pública e da infraestrutura", sustentou o relatório.

O padrão de percepção de corrupção menor e rendas maiores se mantém em países desenvolvidos, emergentes e de renda baixa, mostraram os dados.

"Entre economias avançadas, um país dos 25 por cento melhores em termos de controle da corrupção obtém 4,5 por cento a mais de PIB, em média, do que um país dos 25 por cento piores. A defasagem é de 2,75 por cento do PIB entre economias de mercados emergentes e de 4 por cento do PIB em países de renda baixa", informou o relatório.

Transparência e imprensa forte

Estudos anteriores mostraram que indústrias extrativistas, como mineração e prospecção de petróleo, são ninhos de corrupção, assim como os setores de aquisições e de administração de estatais. O FMI aponta a transparência e a supervisão como elementos centrais para refrear a corrupção nestas áreas, e uma imprensa forte e livre como catalisadora.

"Esperamos que a transparência ande junto com bons resultados fiscais, mas o que nos surpreendeu foi que o efeito da transparência é muito mais forte em países que têm uma imprensa livre ou uma sociedade civil (forte)", disse Paolo Mauro, vice-diretor do departamento de Assuntos Fiscais do FMI.

"E quando você tem estes dois juntos, o efeito é ainda mais forte."

Mauro e Paulo Medas, vice-chefe de uma divisão do mesmo departamento, dividiram a autoria do estudo, um capítulo do Monitor Fiscal do FMI, que está sendo publicado em partes nesta semana, antes de reuniões do fundo marcadas para a próxima semana em Washington.

Entre outras recomendações para coibir a corrupção, o FMI pede a profissionalização do serviço público, incluindo contratações com base no mérito, fala da necessidade de regras tributárias e códigos comerciais simples para evitar a tentação de se pagar subornos para contorná-los.

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