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Copom reafirma que dados sugerem persistência da inflação

As ponderações estão na ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 28 e 29 de abril. O documento foi divulgado hoje (7) pelo BC

Na reunião da semana passada, o Copom elevou em 0,5 ponto percentual a Selic, taxa básica de juros da economia, que agora está em 13,25% ao ano (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2015 às 10h42.

Brasília - O Comitê de Política Monetária ( Copom ) do Banco Central (BC) voltou a avaliar que as informações disponíveis sobre inflação “sugerem persistência” do movimento de alta de preços.

Para o comitê, a continuidade da inflação elevada “reflete em parte a dinâmica dos preços no segmento de serviços, e, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados [que são os regulados pelo governo ou por contrato, como o da gasolina e da energia]".

As ponderações estão na ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 28 e 29 de abril. O documento foi divulgado hoje (7) pelo BC.

Na reunião da semana passada, o Copom elevou em 0,5 ponto percentual a Selic, taxa básica de juros da economia, que agora está em 13,25% ao ano.

Foi a quinta elevação consecutiva: a taxa é o instrumento do BC para controle da inflação. Na ata, o comitê destacou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses atingiu 8,13% em março.

Ressaltou, ainda, que a alta especificamente dos preços administrados ficou em 13,37% no mesmo período.

A ata informa que o comitê projeta alta de 11,8% nos preços administrados para 2015. Houve elevação de 10,7% na reunião anterior.

A estimativa engloba projeção de alta de 9,8% no preço da gasolina, de 1,9% no do gás de bujão, de 4,1% nas tarifas de telefonia e de 38,3% nos preços da energia elétrica.

O Copom avalia há “dados indicando início de um processo de distensão [perda de dinamismo] no mercado de trabalho”, o que favorece a queda da inflação.

Mesmo assim, para o comitê, “ainda prevalece risco significativo relacionado, particularmente, à possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação”.

Ainda no mercado doméstico, o comitê voltou a afirmar que o cenário “contempla expansão moderada do crédito, o que já está sendo observado”.

Mas, apesar de avaliar que “os riscos [para a inflação] no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados”, o comitê considera necessárias iniciativas no sentido de moderar “concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito”.

Para o Copom, o consumo das famílias brasileiras deve se estabilizar devido a fatores como emprego, renda e crédito.

Por outro lado, o financiamento imobiliário, a concessão de serviços públicos e a ampliação de renda agrícola devem favorecer o investimento, segundo o BC. Já as exportações devem ser beneficiadas pela desvalorização do real.

Com relação ao quadro internacional, a ata diz que, apesar de o Copom identificar “baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos (…), o ambiente externo permanece complexo”.

O comitê destaca que há tendência de “recuperação do crescimento em algumas economias maduras e intensificação da atividade em outras”.

Enquanto isso, avalia o Copom, economias emergentes estão em período de “transição” e “moderação” no ritmo de atividade. Também se referindo aos mercados internacionais, o Copom diz que há moderação dos preços de commodities (produtos básicos com cotação internacional).

Com relação especificamente ao petróleo, “a evolução dos preços internacionais tende a se transmitir à economia doméstica tanto por meio de cadeias produtivas, como a petroquímica, quanto por intermédio das expectativas de inflação”.

Neste contexto, o comitê novamente avaliou que os avanços alcançados no controle da inflação “ainda não se mostraram suficientes” e reafirmou que “a política monetária deve manter-se vigilante”.

O Copom reiterou mais uma vez que o cenário de convergência da inflação em 2016 para o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é 4,5%, “tem se fortalecido”.

O colegiado volta a se reunir nos dias 2 e 3 de junho, para deliberar sobre os rumos da taxa Selic para o próximo período de 45 dias.

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Brasília - O Comitê de Política Monetária ( Copom ) do Banco Central (BC) voltou a avaliar que as informações disponíveis sobre inflação “sugerem persistência” do movimento de alta de preços.

Para o comitê, a continuidade da inflação elevada “reflete em parte a dinâmica dos preços no segmento de serviços, e, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados [que são os regulados pelo governo ou por contrato, como o da gasolina e da energia]".

As ponderações estão na ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 28 e 29 de abril. O documento foi divulgado hoje (7) pelo BC.

Na reunião da semana passada, o Copom elevou em 0,5 ponto percentual a Selic, taxa básica de juros da economia, que agora está em 13,25% ao ano.

Foi a quinta elevação consecutiva: a taxa é o instrumento do BC para controle da inflação. Na ata, o comitê destacou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses atingiu 8,13% em março.

Ressaltou, ainda, que a alta especificamente dos preços administrados ficou em 13,37% no mesmo período.

A ata informa que o comitê projeta alta de 11,8% nos preços administrados para 2015. Houve elevação de 10,7% na reunião anterior.

A estimativa engloba projeção de alta de 9,8% no preço da gasolina, de 1,9% no do gás de bujão, de 4,1% nas tarifas de telefonia e de 38,3% nos preços da energia elétrica.

O Copom avalia há “dados indicando início de um processo de distensão [perda de dinamismo] no mercado de trabalho”, o que favorece a queda da inflação.

Mesmo assim, para o comitê, “ainda prevalece risco significativo relacionado, particularmente, à possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação”.

Ainda no mercado doméstico, o comitê voltou a afirmar que o cenário “contempla expansão moderada do crédito, o que já está sendo observado”.

Mas, apesar de avaliar que “os riscos [para a inflação] no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados”, o comitê considera necessárias iniciativas no sentido de moderar “concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito”.

Para o Copom, o consumo das famílias brasileiras deve se estabilizar devido a fatores como emprego, renda e crédito.

Por outro lado, o financiamento imobiliário, a concessão de serviços públicos e a ampliação de renda agrícola devem favorecer o investimento, segundo o BC. Já as exportações devem ser beneficiadas pela desvalorização do real.

Com relação ao quadro internacional, a ata diz que, apesar de o Copom identificar “baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos (…), o ambiente externo permanece complexo”.

O comitê destaca que há tendência de “recuperação do crescimento em algumas economias maduras e intensificação da atividade em outras”.

Enquanto isso, avalia o Copom, economias emergentes estão em período de “transição” e “moderação” no ritmo de atividade. Também se referindo aos mercados internacionais, o Copom diz que há moderação dos preços de commodities (produtos básicos com cotação internacional).

Com relação especificamente ao petróleo, “a evolução dos preços internacionais tende a se transmitir à economia doméstica tanto por meio de cadeias produtivas, como a petroquímica, quanto por intermédio das expectativas de inflação”.

Neste contexto, o comitê novamente avaliou que os avanços alcançados no controle da inflação “ainda não se mostraram suficientes” e reafirmou que “a política monetária deve manter-se vigilante”.

O Copom reiterou mais uma vez que o cenário de convergência da inflação em 2016 para o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é 4,5%, “tem se fortalecido”.

O colegiado volta a se reunir nos dias 2 e 3 de junho, para deliberar sobre os rumos da taxa Selic para o próximo período de 45 dias.

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