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Copom inicia reunião e mercado espera fim de ciclo de alta

Copom começa hoje a quarta reunião do ano, em meio à expectativa do mercado financeiro de manutenção da taxa básica de juros no atual patamar

Copom: amanhã o comitê anuncia a decisão sobre a taxa básica de juros (Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 10h10.

Brasília -O Comitê de Política Monetária ( Copom ) do Banco Central (BC) inicia na tarde de hoje (27) a quarta reunião do ano, em meio à expectativa do mercado financeiro de manutenção da taxa básica de juros , a Selic , no atual patamar (11% ao ano).

Amanhã (28), no segundo dia da reunião, o comitê anuncia a decisão sobre a taxa básica.

No primeiro dia das reuniões do Copom, os chefes de departamento apresentam uma análise da conjuntura doméstica, com dados sobre a inflação, o nível de atividade econômica, as finanças públicas, a economia internacional, o câmbio, as reservas internacionais, o mercado monetário, entre outros assuntos.

No segundo dia, participam da reunião os diretores e o presidente do BC.

O chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas também participa, mas sem direito a voto. Após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para definir a Selic, os diretores e o presidente definem a taxa.

Assim que a Selic é definida, o resultado é divulgado à imprensa.

Na quinta-feira da semana seguinte, o BC divulga a ata da reunião, com as explicações sobre a decisão.

Para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há poucas dúvidas sobre a decisão do BC.

“Os números recentes da inflação, confirmando uma redução na pressão dos produtos agrícolas, e a manutenção da atividade em ritmo lento levaram o mercado a um forte consenso em torno da permanência da taxa Selic em 11% ao ano”, destaca a instituição, no Informativo Semanal de Economia Bancária.

A federação acrescenta que o Copom “vai ratificar o fim deste ciclo de alta e reiterar o discurso recente de seus dirigentes, de que agora vai observar os efeitos da alta recente da Selic nos preços para só então definir os seus próximos passos”.


A Selic passou por nove altas seguidas até a reunião do mês passado.

A pesquisa semanal do BC a instituições financeiras também indica a expectativa de fim do ciclo de alta, pelo menos por enquanto. Mas, para a última reunião do ano, em dezembro, a expectativa é que a Selic seja ajustada para 11,25% ao ano.

Em 2015, de acordo com essa previsão, haverá mais altas, com a Selic chegando a 12% ao ano.

A Selic é usada como instrumento para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida pode aliviar o controle sobre a inflação.

Caso o comitê mantenha a Selic no atual patamar, é sinal de que as elevações anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia.

O BC tem reiterado que os efeitos de alta da taxa básica se acumulam e levam tempo para aparecer.

O BC precisa encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

O centro da meta definido pelo governo é 4,5%, com limite superior de 6,5%.

A expectativa de instituições financeiras é que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fique em 6,47%, este ano.

São Paulo - O aumento da taxa de juros promovido pelo Banco Central nesta quarta-feira (8) mexe no crédito ao consumidor, embora os efeitos sejam pequenos. Segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a maior alteração deve ocorrer nos juros do financiamento de automóveis (CDC dos bancos), que ficarão 0,83% mais caros. Esta pequena diferença se deve ao fato de existir um descolamento grande entre a Selic e as taxas cobradas ao consumidor. Estas últimas, em média, chegam a 121,96% ao ano provocando uma variação de mais de 900,00% entre as duas pontas. Os efeitos práticos do aumento da taxa básica de juros podem ser observados, por exemplo, em operações do cotidiano como crediários de lojas, ou o crédito rotativo dos cartões. Veja nas fotos ao lado como o ajuste da Selic afeta o crédito que você toma.
  • 2. Juros do comércio – crediário de loja

    2 /7(Arquivo/EXAME)

  • Veja também

    São Paulo - Enquanto a taxa Selic era de 12% ao ano, os juros do crediário chegavam a 5,73% ao mês. Com a taxa básica a12,25% ao ano, os novos juros do crediário passam a ser de 5,75%. O efeito deste aumento pode ser observado, por exemplo, na compra de uma geladeira de 1,5 mil reais, parcelada em 12 vezes. Na antiga taxa de juros, as prestações seriam de 176,28 reais mensais, totalizando o valor de 2,115,36 reais. Na taxa atual, as parcelas do eletrodoméstico passam a ser de 176,47 reais. No fim, o valor da geladeira vai para 2.117,64 reais. No total, o comprador paga 2,28 reais mais caro pelo produto graças ao aumento da Selic.
  • 3. Cheque especial

    3 /7(Wikimedia Commons)

  • São Paulo - Quem tem o hábito de usar o limite do cheque especial já paga caro por isto, mas, com o aumento da Selic, os juros ficarão um pouco maiores. Pela utilização de mil reais do limite, durante 20 dias, o tomador pagava um juro de 8,12% ao mês. Isto significa que, no período considerado, ele pagaria 54,13 reais de encargos sobre o crédito que tomou. Na nova taxa, de 8,14%, o valor pago passa a ser de 54,27 reais.
  • 4. Cartão de crédito

    4 /7(Wikimedia Commons)

    São Paulo - Cair no rotativo do cartão de crédito é sempre perigoso, mas com a alta da Selic, a situação fica um pouco pior. Considere, por exemplo, a utilização do rotativo de mil reais por 30 dias. Antes do aumento da Selic, a taxa de juros era de 10,69% ao mês, o que totalizava 106,90 reais pagos em juros. Com a nova Selic, a taxa do cartão de crédito passa a ser de 10,71%, e os juros pagos por utilizar mil reais do rotativo durante 30 dias chegam a 107,10 reais.
  • 5. Empréstimo pessoal nos bancos

    5 /7(Exame/Germano Lüders)

    São Paulo - Antes do aumento da Selic, quem tomasse o empréstimo de mil reais por um ano em um banco pagaria 4,75% de juros ao mês, ou seja, 111,24 reais de juros. No final de 12 meses, o total a ser pago ao banco seria de 1.334 reais. Com a nova taxa básica de juros, o encargo sobre este mesmo empréstimo passa a ser de 4,77% ao mês. No fim de um ano, o valor a ser pago sobe para 1.336 reais.
  • 6. CDC dos bancos - compra de um veículo

    6 /7(Wikimedia Commons)

    São Paulo - Considerando a compra de um veículo no valor de 25 mil reais em 60 prestações, a taxa de juros antes do aumento da Selic era de 2,24% ao mês. As parcelas eram de aproximadamente 794 reais, e o valor final do carro, de 47.649,60 reais. Com a nova Selic, os juros passam a ser de 2,44% ao mês. O valor das parcelas sobe para 797,81 reais e o valor final do carro, de 47.868,60 reais.
  • 7. Empréstimo pessoal em financeiras

    7 /7(Wikimedia Commons)

    São Paulo - Quem tomava um empréstimo de, por exemplo, 500 reais em uma financeira antes do aumento da Selic, pagava uma taxa de juro de 9,48% ao mês. Depois de 12 meses, o valor a ser restituído para a financeira era de 858,24 reais. Com a nova taxa, os juros sobem para 9,50% ao mês, e o valor final, para 859,08 reais.
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