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Construção civil sustentável: inovação de materiais e captura de carbono

Apesar da pandemia, houve aumento líquido nas emissões de carbono relacionadas ao setor da construção civil no período de 2020 a 2021

Construção civil: setor é responsável por 36% do consumo de energia (Germano Lüders/Exame)
GS

Gabriella Sandoval

Publicado em 3 de setembro de 2021 às 15h53.

Última atualização em 8 de setembro de 2021 às 19h09.

O carbono incorporado, emitido antes da conclusão da construção de um edifício, é responsável por 10% das emissões globalmente. Apesar das metas de redução de carbono, a tendência, no entanto, é de aumento:  acredita-se que mais da metade das emissões totais de carbono de novas construções nos próximos 30 anos serão devido ao carbono incorporado.

A estimativa aparece no relatório Advancing Net Zero 2021, que destaca iniciativas do setor de construção civil para alcançar a descarbonização total do setor até 2050. O material é feito pela World Green Building Council, uma organização mundial sem fins lucrativos que direciona o mercado da construção civil em prol da sustentabilidade.

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Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o setor é responsável por 36% do consumo de energia, 38% de emissões de carbono relacionadas à energia, 50% do consumo de recursos naturais e deverá dobrar a pegada de carbono total até 2060.

Para combater essas projeções, o relatório reúne tendências e inovações para atingir um setor de construção líquido zero.

Soluções para o setor

Um dos recursos é o Material Baseline Report 2021 do Carbon Leadership Forum, que oferece estimativas de emissões de carbono incorporadas por categoria de produto de construção, e o Embodied Carbon Primer, preparado pela London Energy Transformation Initiative (LETI).

Outro caminho é o da inovação de materiais e tecnologia como a do aço, cuja produção responde por 8% das emissões globais de dióxido de carbono, segundo o estudo "Desafio de Descarbonização para o Aço", da consultoria McKinsey.

O relatório também faz referência a tecnologias emergentes, como CarbFix, que transforma CO2 em pedra, e Aether, que cria diamantes a partir de CO2. No âmbito legislativo, o relatório destaca o SCALE Act e o CLEAN Future Act, dois atos legislativos apresentados recentemente ao Congresso dos Estados Unidos que estabelecem padrões para infraestrutura de captura de carbono e energia limpa em edifícios, respectivamente.

A Dinamarca, nos esforços para cumprir a meta de redução de emissões em 70% até 2030, definiu metas de carbono incorporadas em regulamentos de construção com uma política de apoio interparlamentar, que restringe os requisitos de CO2 para edifícios grandes e pequenos.

O relatório também traz estudos de caso da Escócia, próxima sede do COP26, Hong Kong, Noruega e Nova Zelândia.

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