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Confiança do consumidor cai a nível de 2008 e 2009, diz FGV

O índice ficou com 102,8 pontos, à beira dos níveis registrados logo após o auge da crise financeira mundial

Supermercado: o que mais pesou foi a percepção das famílias (Leo Caldas/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 13h27.

Rio - A confiança do consumidor caiu 3,3% em maio ante abril, o recuo mais intenso desde agosto de 2011 (-5,0%), informou nesta sexta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas ( FGV ).

O resultado deixou o índice, com 102,8 pontos, à beira dos níveis registrados logo após o auge da crise financeira mundial, no fim de 2008.

"Os índices e os quesitos estão quase todos retornando para o nível logo após a crise. A diferença é que, naquela época, houve retomada rápida pela via do consumo. Agora, não só os consumidores, mas os empresários também não têm expectativas positivas que venham a reverter essa (queda na) confiança", disse a economista Viviane Seda, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV e coordenadora da Sondagem do Consumidor.

No resultado de maio, o que mais pesou para a queda na confiança foi a percepção das famílias sobre as finanças, tanto no presente quanto no futuro.

"No caso dos consumidores de baixa renda, a inflação influencia muito. A desaceleração dos alimentos até fez com que arrefecesse a estimativa de inflação, mas eles estão muito sujeitos a essa pressão. Também tem um comprometimento grande da renda", afirmou Viviane, referindo-se à avaliação do momento atual.

A economista lembrou ainda que já há indicadores mostrando leve aumento na inadimplência. O aumento da taxa de juros em operações de crédito também influencia a piora na percepção. "Por isso, a situação financeira fica mais difícil para essas classes de renda", disse.

Nas avaliações sobre o futuro das finanças, o consumidor não parece ver melhora. A queda de 3,4% no indicador foi, inclusive, a mais intensa desde outubro de 2008 (-6,6%).

"O resultado é realmente muito ruim. Ainda estava em uma linha de pessimismo moderado, mas aprofundou", observou Viviane.

O pessimismo só não é tão forte entre os consumidores com renda familiar mensal até R$ 2,1 mil, mas, segundo a coordenadora da sondagem, pode ser um "sentimento de otimismo subjetivo".

Em outros quesitos, a baixa renda também sustenta visão deteriorada sobre a economia e a conjuntura.

Em geral, Viviane ressaltou que o cenário é difícil.

"O consumidor não está acreditando. É um ano de Copa, de eleição. Muita coisa acaba sendo postergada. Há perspectiva de crescimento baixo, investimentos menores do que aconteceram no ano passado e inflação superando teto da meta", ressaltou.

As avaliações sobre a economia, que foram destaque nas divulgações dos últimos meses, passaram a ter um papel menor em maio. Mesmo assim, elas continuaram deteriorando e também se aproximam dos níveis registrados no período imediatamente após o auge da crise. Para 30,9% dos consumidores, a situação da economia vai piorar no futuro, porcentual mais elevado desde dezembro de 2008.

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Rio - A confiança do consumidor caiu 3,3% em maio ante abril, o recuo mais intenso desde agosto de 2011 (-5,0%), informou nesta sexta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas ( FGV ).

O resultado deixou o índice, com 102,8 pontos, à beira dos níveis registrados logo após o auge da crise financeira mundial, no fim de 2008.

"Os índices e os quesitos estão quase todos retornando para o nível logo após a crise. A diferença é que, naquela época, houve retomada rápida pela via do consumo. Agora, não só os consumidores, mas os empresários também não têm expectativas positivas que venham a reverter essa (queda na) confiança", disse a economista Viviane Seda, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV e coordenadora da Sondagem do Consumidor.

No resultado de maio, o que mais pesou para a queda na confiança foi a percepção das famílias sobre as finanças, tanto no presente quanto no futuro.

"No caso dos consumidores de baixa renda, a inflação influencia muito. A desaceleração dos alimentos até fez com que arrefecesse a estimativa de inflação, mas eles estão muito sujeitos a essa pressão. Também tem um comprometimento grande da renda", afirmou Viviane, referindo-se à avaliação do momento atual.

A economista lembrou ainda que já há indicadores mostrando leve aumento na inadimplência. O aumento da taxa de juros em operações de crédito também influencia a piora na percepção. "Por isso, a situação financeira fica mais difícil para essas classes de renda", disse.

Nas avaliações sobre o futuro das finanças, o consumidor não parece ver melhora. A queda de 3,4% no indicador foi, inclusive, a mais intensa desde outubro de 2008 (-6,6%).

"O resultado é realmente muito ruim. Ainda estava em uma linha de pessimismo moderado, mas aprofundou", observou Viviane.

O pessimismo só não é tão forte entre os consumidores com renda familiar mensal até R$ 2,1 mil, mas, segundo a coordenadora da sondagem, pode ser um "sentimento de otimismo subjetivo".

Em outros quesitos, a baixa renda também sustenta visão deteriorada sobre a economia e a conjuntura.

Em geral, Viviane ressaltou que o cenário é difícil.

"O consumidor não está acreditando. É um ano de Copa, de eleição. Muita coisa acaba sendo postergada. Há perspectiva de crescimento baixo, investimentos menores do que aconteceram no ano passado e inflação superando teto da meta", ressaltou.

As avaliações sobre a economia, que foram destaque nas divulgações dos últimos meses, passaram a ter um papel menor em maio. Mesmo assim, elas continuaram deteriorando e também se aproximam dos níveis registrados no período imediatamente após o auge da crise. Para 30,9% dos consumidores, a situação da economia vai piorar no futuro, porcentual mais elevado desde dezembro de 2008.

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