Exame Logo

Com apoio do Parlamento iraquiano, Saddam se prepara para a guerra

Prazo dado por Bush termina às 22 horas desta quarta-feira; mas não está descartado um ataque antes

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

O prazo dado pelo presidente americano, George W. Bush, para o ditador Saddam Hussein deixar o Iraque termina nesta quarta-feira (19/3), às 20 horas (22 horas pelo horário de Brasília). A intimação, rejeitada por Saddam, torma possível apenas uma saída para a resolução do conflito entre EUA e Iraque: a guerra. A Casa Branca disse, nesta terça-feira (18/03), que Saddam cometeu seu "último erro" ao rejeitar o ultimato que o mandava deixar o Iraque ou enfrentar guerra, informou o jornal "The New York Times".

Apesar do prazo de 48 horas dado na segunda-feira, autoridades do Pentágono disseram que a advertência de Bush deixou aberta a possibilidade de ação militar antes disso, caso Saddam rejeitasse o prazo _o que aconteceu. "Saddam Hussein tem que descobrir o que isso significa", disse um porta-voz da Casa Branca. Segundo informações do Pentágono, os aliados devem fazer um ataque aéreo que pode durar 48 horas.

Veja também

Nesta quarta-feira pela manhã, o parlamento iraquiano aprovou uma medida de apoio a Saddam. Eles teriam dito que o país vai lutar "até a última gota de sangue" contra qualquer agressão vinda dos Estados Unidos.

Enquanto isso, nas fronteiras do Iraque, Estados Unidos e Reino Unido faziam bombardeios ao redor do porto iraquiano de Basra, segundo imagens exibidas pela TV estatal do país. O exército americano e divisões de marines avançaram em direção à fronteira iraquiana, na terça-feira, disse o "NYT". Milhares de veículos avançavam em uma formação de amplo arco voltado para o norte, testemunhado por jornalistas na área. "Um exército de 130.000 soldados americanos e britânicos, junto com tanques Abrams M1A1, veículos blindados de todas descrições, e caminhões de transporte de tropas", disse o jornal americano. "No Golfo Pérsico, o comandante das forças navais americanas e britânicas, marechal John M. Kelly, disse temer que o Iraque estivesse preparando ataques contra navios de guerra da coalizão."

Autoridades do Pentágono disseram que o início das batalhas levará em conta condições climáticas e ataques de última hora de Bagdá às forças aliadas ou Israel.

Recusa

Saddam Hussein rejeitou o ultimato do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que determinou a saída do ditador e de seus filhos em, no máximo, 48 horas após o pronunciamento ou que enfrentem a ação militar. A informação foi veiculada nesta terça-feira (18/3) na TV estatal iraquiana.

Saddam declarou que o Iraque está preparado para combater qualquer invasor e falou em vitória ao dizer que os americanos serão derrotados na "última batalha do Iraque", segundo a TV. Antes do pronunciamento de Saddam, seu filho mais velho, Uday, rejeitara o ultimato de Bush. Ele declarou que as tropas americanas enfrentarão uma "batalha sangrenta".

"O Iraque não escolhe seu caminho sob as ordens de um estrangeiro e não escolhe seus líderes de acordo com decretos de Washington, Londres ou Tel Aviv, mas pela vontade do grande povo iraquiano", afirmou o comunicado da TV iraquiana, que transmitia imagens de Saddam vestindo uniforme do Exército e participando de uma reunião.

Reino Unido

Em uma reunião que terminou apenas na noite de terça-feira, o Parlamento Britânico deu sinal verde ao primeiro-ministro Tony Blair lutar contra o Iraque, apesar do racha dentro de seu próprio Partido Trabalhista. Os deputados preferiram apoiar a medida que garante o uso de "todos os meios necessários" para forçar o líder iraquiano Saddam Hussein a se desarmar. "Precisamos ser firmes", disse Blair. "O resultado dessa questão determinará mais do que o futuro do regime iraquiano e mais do que o futuro do povo iraquiano. Vai determinar os padrões da política internacional para a próxima geração."

França

Apesar de sua oposição, a França poderá ajudar uma coalizão liderada pelos Estados Unidos caso Bagdá use armas biológicas e químicas, disse o embaixador francês na ONU, Jean-David Levitte, em entrevista à rede de TV CNN.

"Se Saddam Hussein fosse usar armas químicas ou biológicas, isso mudaria a situação completamente e imediatamente para o governo francês", afirmou. Ele salientou que a decisão final será tomada pelo presidente Jacques Chirac. Sem detalhar como seria a participação francesa, o embaixador disse: "Temos equipamento para combate nestas circunstâncias".

Lula

Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, desrespeitou as Nações Unidas e a opinião de vários outros países, que defendem uma solução pacífica para a crise no Iraque. "Na minha opinião, desrespeita a ONU, não leva em conta o Conselho de Segurança, não leva em conta o que pensa o restante do mundo. E acho que isso é grave. É grave para o futuro da ONU, que é uma referência de comportamento das nações do mundo inteiro", enfatizou.

Questionado se considera o iminente ataque dos Estados Unidos ao Iraque uma ação legítima, o presidente foi enfático: "Eu acho que não tem (legitimidade)". Para Lula, o governo dos Estados Unidos transformou a guerra "em um problema eminentemente americano", porque, apesar de todos concordarem que o governo de Saddam Hussein deve ser desarmado, George W. Bush não tem o direito de, "sozinho, decidir o que é bom e o que é ruim para o mundo". As informações são da Agência Brasil.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame