CNI defende reduzir custo de produção para indústria crescer
"A melhor forma de alavancar a indústria é reverter os mecanismos que geraram a crise atual, que, de certo modo, estão fora do Brasil", disse economista
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2012 às 17h16.
Brasília – O chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou hoje (24) que não existe "solução mágica" para tirar a indústria brasileira da estagnação em que se encontra. "A melhor forma de alavancar a indústria é reverter os mecanismos que geraram a crise atual, que, de certo modo, estão fora do Brasil", disse o economista, em entrevista sobre os números da Sondagem Industrial, divulgada pela CNI .
Segundo Castelo Branco, enquanto os países avançados não solucionarem seus problemas, o Brasil pode procurar fazer a sua parte, em nível interno, para melhorar a competitividade, que deve ser atacada com mais ênfase e principalmente mais celeridade. Neste momento, é preciso reduzir custos de produção, de logística e de energia elétrica e melhorar a infraestrutura, disse ele. "Os encargos e tributos oneram pesadamente o setor industrial e, se fossem reduzidos, poderiam mostrar efeito mais imediato, no quadro atual".
Castelo Branco apontou outras questões que "travam" o crescimento da indústria, como a falta de inovação. Para ele, embora a inovação só mostre resultados no longo prazo, é necessária "para criar um choque de espectativa positivo, revertendo o pessimismo do empresariado". Na opinião do economista, a saída para a indústria no momento atual é competitividade e celeridade nas iniciativas.
Na entrevista, o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, lembrou que a confiança do empresariado vem caindo muito desde o ano passado. Para ele, isso só vai melhorar com a adoção de medidas que melhorem o nível de confiança e estimulem os investimentos". Apenas estimular o consumo e esperar recuperação é uma posição que não se sustenta mais, ressaltou Fonseca. "Tudo depende do crescimento do emprego, que não existe", acrescentou.
Na próxima semana, a CNI deverá divulgar estimativa que está sendo levantada junto com federações da Indústria para avaliar os efeitos do Programa Brasil Maior sobre os resultados do setor.
A indústria automotiva foi o setor que apresentou maior retração no semestre que fechou em junho. Fonseca não acredita, porém, que onerar carros importados, na tentativa de favorecer o produto nacional, resolva a questão. Para o economista, o importante neste momento é aumentar a competitividade, reduzir a carga tributária sobre a energia elétrica, que é muito elevada, desonerar os investimentos e aumentar o crédito.
Fonseca lembrou que o forte crescimento do salário há alguns anos refletiu na compra de veículos, mas ressaltou que a nova classe que entrou no mercado não troca de automóvel todo ano. "Por isso, houve um freio nas compras." Além disso, há dificuldade para exportar veículos, porque países europeus, os Estados Unidos e a Argentina "estão com dificuldade para fazer suas economias rodarem".
O economista disse ainda que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a compra de veículos novos, em duas ocasiões, foi uma medida benéfica, mas não favoreceu o aumento de produção, porque, na ocasião, os estoques estavam muito elevados, como agora.
Brasília – O chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou hoje (24) que não existe "solução mágica" para tirar a indústria brasileira da estagnação em que se encontra. "A melhor forma de alavancar a indústria é reverter os mecanismos que geraram a crise atual, que, de certo modo, estão fora do Brasil", disse o economista, em entrevista sobre os números da Sondagem Industrial, divulgada pela CNI .
Segundo Castelo Branco, enquanto os países avançados não solucionarem seus problemas, o Brasil pode procurar fazer a sua parte, em nível interno, para melhorar a competitividade, que deve ser atacada com mais ênfase e principalmente mais celeridade. Neste momento, é preciso reduzir custos de produção, de logística e de energia elétrica e melhorar a infraestrutura, disse ele. "Os encargos e tributos oneram pesadamente o setor industrial e, se fossem reduzidos, poderiam mostrar efeito mais imediato, no quadro atual".
Castelo Branco apontou outras questões que "travam" o crescimento da indústria, como a falta de inovação. Para ele, embora a inovação só mostre resultados no longo prazo, é necessária "para criar um choque de espectativa positivo, revertendo o pessimismo do empresariado". Na opinião do economista, a saída para a indústria no momento atual é competitividade e celeridade nas iniciativas.
Na entrevista, o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, lembrou que a confiança do empresariado vem caindo muito desde o ano passado. Para ele, isso só vai melhorar com a adoção de medidas que melhorem o nível de confiança e estimulem os investimentos". Apenas estimular o consumo e esperar recuperação é uma posição que não se sustenta mais, ressaltou Fonseca. "Tudo depende do crescimento do emprego, que não existe", acrescentou.
Na próxima semana, a CNI deverá divulgar estimativa que está sendo levantada junto com federações da Indústria para avaliar os efeitos do Programa Brasil Maior sobre os resultados do setor.
A indústria automotiva foi o setor que apresentou maior retração no semestre que fechou em junho. Fonseca não acredita, porém, que onerar carros importados, na tentativa de favorecer o produto nacional, resolva a questão. Para o economista, o importante neste momento é aumentar a competitividade, reduzir a carga tributária sobre a energia elétrica, que é muito elevada, desonerar os investimentos e aumentar o crédito.
Fonseca lembrou que o forte crescimento do salário há alguns anos refletiu na compra de veículos, mas ressaltou que a nova classe que entrou no mercado não troca de automóvel todo ano. "Por isso, houve um freio nas compras." Além disso, há dificuldade para exportar veículos, porque países europeus, os Estados Unidos e a Argentina "estão com dificuldade para fazer suas economias rodarem".
O economista disse ainda que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a compra de veículos novos, em duas ocasiões, foi uma medida benéfica, mas não favoreceu o aumento de produção, porque, na ocasião, os estoques estavam muito elevados, como agora.