Economia

Chipre analisa plano de resgate alternativo

O plano alternativo à proposta de socorro enviada por UE e FMI foi discutido em uma reunião do gabinete nesta quarta


	O plano incluiria a taxação apenas de depósitos bancários superiores a 100 mil euros, contra a proposta de taxar os depósitos acima de 20 mil euros rejeitada na terça-feira pelo Parlamento cipriota
 (REUTERS)

O plano incluiria a taxação apenas de depósitos bancários superiores a 100 mil euros, contra a proposta de taxar os depósitos acima de 20 mil euros rejeitada na terça-feira pelo Parlamento cipriota (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2013 às 21h42.

Os dirigentes cipriotas defenderam nesta quinta-feira um plano alternativo para garantir o socorro financeiro prometido por UE e FMI, após o Parlamento de Chipre rejeitar a proposta que previa a taxação dos depósitos bancários acima dos 20 mil euros.

O presidente de Chipre, Nicos Anastasiadis, pediu a adoção, até esta quinta-feira, de uma decisão sobre os detalhes do plano de socorro à ilha.

Pouco antes, a TV informou que o presidente apresentará na quinta-feira aos líderes dos partidos políticos um plano alternativo à proposta rejeitada pelo Parlamento.

O plano alternativo à proposta de socorro enviada por UE e FMI foi discutido em uma reunião do gabinete nesta quarta e Anastasiadis "apresentará um plano B aos líderes dos partidos na manhã de quinta, no Palácio Presidencial".

O plano incluiria a taxação apenas de depósitos bancários superiores a 100 mil euros, contra a proposta de taxar os depósitos acima de 20 mil euros rejeitada na terça-feira pelo Parlamento cipriota.

A televisão destacou que se os líderes dos partidos aceitarem o plano alternativo, a medida poderá ser votada no Parlamento já nesta quinta-feira.

A taxação dos depósitos bancários faz parte de uma contrapartida de 7 bilhões de dólares acertada com o governo de Chipre em troca de um socorro de 10 bilhões de dólares proposto por UE, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu.

Os bancos de Chipre, fechados há cinco dias, serão reabertos na próxima terça-feira e se prevê uma corrida aos caixas.


Segundo a rádio estatal, as autoridades analisam limitar as remessas de dinheiro para fora do país após a reabertura dos bancos, e preveem dividir as instituições financeiras em duas categorias, definindo os bancos "ruins", como ocorreu na Espanha.

UE, FMI e Banco Central Europeu já manifestaram sua disposição em analisar o plano remodelado por Nicósia, que busca outras soluções com seu grande parceiro econômico, a Rússia.

Nesta quarta-feira, o ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, estava em Moscou para tentar obter uma prorrogação do crédito russo de 2,5 bilhões de euros que vence em 2016, além de uma redução das taxas de juros, atualmente em 4,5%.

Segundo um porta-voz do governo em Nicósia, a possível nacionalização dos fundos de pensão de instituições estatais poderia aportar cerca de 3 bilhões de euros à ilha.

O governo também analisa reestruturar o setor bancário, mediante a fusão dos dois principais bancos do país, a fim de reduzir o valor total da capitalização exigida.

Outra opção mencionada é a ajuda da poderosa Igreja Ortodoxa de Chipre, que poderia colocar seu enorme patrimônio imobiliário a serviço do Estado, sob a forma de garantia.

Nicósia também poderia utilizar a perspectiva de renda, no prazo de dez anos, sobre a exploração de reservas de gás detectadas diante da costa cipriota.

Segundo o jornal Vedomosti, o banco russo Gazprombank (com participação de 41% na gigante estatal russa Gazprom), propôs ao Chipre uma ajuda financeira em troca de licenças de exploração de gás natural.

Acompanhe tudo sobre:BancosCrise econômicaFinançasRemessas de dinheiro

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor