China promoverá integração econômica após saída dos EUA do TPP
Afirmação foi feita pelo porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying
EFE
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 09h39.
Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 11h22.
Pequim - O governo da China anunciou nesta terça-feira que vai continuar promovendo as opções de integração econômica que apoiou nos últimos anos como alternativa ao Acordo de Associação Transpacífico (TPP, sigla em inglês), depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a retirada de seu país deste último.
"A China continua comprometida em promover a integração econômica na Ásia-Pacífico, e impulsionará as negociações para a Associação Econômica Regional Integral (RCEP, sigla em inglês) e o Acordo de Livre-Comércio para a Ásia-Pacífico (FTAAP, sigla em inglês)", afirmou em entrevista coletiva a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying.
O TPP que Trump rejeitou - cumprindo sua promessa de campanha - sempre foi visto como uma iniciativa dos EUA para resistir ao poderio econômico e comercial da China na região, que, até o momento, está fora deste acordo, enquanto Pequim é mais partidária do RCEP e do FTAAP, que contam com a presença do país asiático.
"A China vem defendendo a adoção de regras no comércio, abertas, transparentes e de benefício mútuo, e acreditamos que as regras do comércio devem ser estabelecidas através de consultas como iguais", afirmou a porta-voz chinesa.
"Estamos preparados para trabalhar com todas as partes, levando em conta as diferenças econômicas e a diversidade nesta região", acrescentou Hua, que lembrou que o presidente da China, Xi Jinping, defendeu essas posições em favor do livre-comércio tanto na última cúpula da Ásia-Pacífico, em Lima, no Peru, como no recente Fórum de Davos.
"A China vem desempenhando um papel claro e tangível, e estamos preparados para trabalhar com todas as partes para mostrar responsabilidade, superar as dificuldades e contribuir com o possível para solucionar os desafios que o mundo enfrenta", acrescentou a porta-voz.
O RCEP agrupa os países da Associação de Nações da Ásia-Pacífico (Asean), Austrália, Coreia do Sul, Índia, Japão, Nova Zelândia e China.
Pequim, que já tem tratados de livre-comércio com Asean, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, entre outras economias, espera que o RCEP resulte em uma área de comércio ainda maior, o chamado FTAAP, que o governo chinês promoveu especialmente quando foi anfitrião da Cúpula Ásia-Pacífico, em 2014.
"A economia mundial segue frágil, o comércio global ainda sofre vai e véns e os países deveriam continuar trabalhando juntos para buscar um desenvolvimento aberto, inclusivo e interconectado", concluiu a porta-voz de Relações Exteriores da China.