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China prepara medidas para enfrentar desaceleração econômica

Nesta sexta-feira, pela primeira vez desde 2012, o banco central chinês (PBOC) anunciou uma redução das taxas de depósito e de empréstimos a um ano

China: economia foi afetada pela bolha imobiliária, pela redução das exportações e pela campanha anticorrupção (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 09h26.

Após meses de medidas tímidas, a China decidiu nesta sexta-feira cortar os juros, a primeira de uma série de medidas para flexibilizar sua política monetária e combater a desaceleração da economia.

Nesta sexta-feira, pela primeira vez desde 2012, o banco central chinês (PBOC) anunciou uma redução das taxas de depósito (redução de 0,25% com taxa de 2,75%) e de empréstimos a um ano (-0,40% a 5,6%).

A inesperada decisão comemorada pelos mercados pode ser, contudo, insuficiente para conter a desaceleração da economia, acreditam especialistas.

"Trata-se de uma mudança muito importante de estratégia, que poucos haviam previsto, porque até agora o PBOC negava-se a baixar as taxas", avalia Mark Williams, economista-chefe para Ásia da Capital Economics.

Até agora as autoridades chinesas preferiram medidas parciais, como as limitadas reduções nas reservas bancárias ou as injeções de liquidez no sistema bancário.

Mas apesar desses "mini-planos" de estímulo, entre julho e setembro, o crescimento do Produto Interno Bruto chinês (PIB) caiu para 7,3%, em relação aos 7,5% do segundo trimestre.

Trata-se do nível de crescimento mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009, em plena crise financeira mundial, e põe em xeque o objetivo oficial do governo de crescer 7,5% em 2014.

A economia chinesa foi afetada pela bolha imobiliária e a redução das exportações, mas também pela ampla campanha anticorrupção que está sendo implementada pelo governo.

"A economia chinesa está sob pressão desde o começo desse ano", disse o primeiro-ministro Li Keqiang um dia antes de o banco central anunciar o corte das taxas.

A ameaça da inflação

A inflação é outra das ameaças que pesam sobre a segunda economia mundial.

Em outubro, a inflação foi de 1,6%, um dos níveis mais baixos dos últimos cinco anos.

As medidas tomadas no início de novembro para favorecer a entrada de investidores estrangeiros no mercado financeiro chinês tampouco funcionaram.

"O mercado provavelmente interpretará [a decisão do banco central] como um sinal positivo [do governo] para responder à demanda fraca do setor privado e ao maior risco de deflação", indica o banco Barclays.

Na última segunda-feira, a bolsa de Xangai reagiu positivamente à decisão com uma alta de 1,85%.

As empresas estatais e os compradores de imóveis também devem ser favorecidos pelos novos créditos disponíveis.

Os analistas esperam agora por novos cortes de taxas para apoiar a economia. "O PBOC mudou sua política monetária por uma mais flexível, o que significa que há condições para novos cortes", analisa Liu Ligang, economista-chefe para China do ANZ Bank.

Enquanto isso, na sexta-feira, o banco central deu um passo adiante na esperada liberalização das taxas de juros com a autorização aos bancos de remunerar seus depósitos com taxas superiores a 20% da taxa oficial, frente aos 10% atuais.

Em julho de 2013, a China autorizou que os bancos fixassem eles mesmos os juros de seus empréstimos, mas continua controlando a remuneração dos depósitos.

Alguns analistas acreditam, contudo, que essas medidas podem ter consequências negativas e que é preciso privilegiar sobretudo as reformas para estimular o consumo interno.

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Após meses de medidas tímidas, a China decidiu nesta sexta-feira cortar os juros, a primeira de uma série de medidas para flexibilizar sua política monetária e combater a desaceleração da economia.

Nesta sexta-feira, pela primeira vez desde 2012, o banco central chinês (PBOC) anunciou uma redução das taxas de depósito (redução de 0,25% com taxa de 2,75%) e de empréstimos a um ano (-0,40% a 5,6%).

A inesperada decisão comemorada pelos mercados pode ser, contudo, insuficiente para conter a desaceleração da economia, acreditam especialistas.

"Trata-se de uma mudança muito importante de estratégia, que poucos haviam previsto, porque até agora o PBOC negava-se a baixar as taxas", avalia Mark Williams, economista-chefe para Ásia da Capital Economics.

Até agora as autoridades chinesas preferiram medidas parciais, como as limitadas reduções nas reservas bancárias ou as injeções de liquidez no sistema bancário.

Mas apesar desses "mini-planos" de estímulo, entre julho e setembro, o crescimento do Produto Interno Bruto chinês (PIB) caiu para 7,3%, em relação aos 7,5% do segundo trimestre.

Trata-se do nível de crescimento mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009, em plena crise financeira mundial, e põe em xeque o objetivo oficial do governo de crescer 7,5% em 2014.

A economia chinesa foi afetada pela bolha imobiliária e a redução das exportações, mas também pela ampla campanha anticorrupção que está sendo implementada pelo governo.

"A economia chinesa está sob pressão desde o começo desse ano", disse o primeiro-ministro Li Keqiang um dia antes de o banco central anunciar o corte das taxas.

A ameaça da inflação

A inflação é outra das ameaças que pesam sobre a segunda economia mundial.

Em outubro, a inflação foi de 1,6%, um dos níveis mais baixos dos últimos cinco anos.

As medidas tomadas no início de novembro para favorecer a entrada de investidores estrangeiros no mercado financeiro chinês tampouco funcionaram.

"O mercado provavelmente interpretará [a decisão do banco central] como um sinal positivo [do governo] para responder à demanda fraca do setor privado e ao maior risco de deflação", indica o banco Barclays.

Na última segunda-feira, a bolsa de Xangai reagiu positivamente à decisão com uma alta de 1,85%.

As empresas estatais e os compradores de imóveis também devem ser favorecidos pelos novos créditos disponíveis.

Os analistas esperam agora por novos cortes de taxas para apoiar a economia. "O PBOC mudou sua política monetária por uma mais flexível, o que significa que há condições para novos cortes", analisa Liu Ligang, economista-chefe para China do ANZ Bank.

Enquanto isso, na sexta-feira, o banco central deu um passo adiante na esperada liberalização das taxas de juros com a autorização aos bancos de remunerar seus depósitos com taxas superiores a 20% da taxa oficial, frente aos 10% atuais.

Em julho de 2013, a China autorizou que os bancos fixassem eles mesmos os juros de seus empréstimos, mas continua controlando a remuneração dos depósitos.

Alguns analistas acreditam, contudo, que essas medidas podem ter consequências negativas e que é preciso privilegiar sobretudo as reformas para estimular o consumo interno.

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