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China defende sua trilionária “nova Rota da Seda”

37 líderes internacionais são esperados em Pequim para participar do segundo encontro sobre a iniciativa chinesa de mais de 1 trilhão de dólares

Xi Jinping: presidente argumenta que a iniciativa só trará ganhos para os países dispostos a serem parceiros (Damir Sagoli/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2019 às 06h36.

Última atualização em 25 de abril de 2019 às 09h46.

A China dá mais um passo para tentar consolidar a sua nova “Rota da Seda”. Nesta quinta-feira, 25, em Pequim, começa o segundo fórum da Iniciativa Belt and Road, projeto lançado em 2013 pelo governo chinês para investir mais de 1 trilhão de dólares em infraestrutura na Ásia, Europa, Oriente Médio e África. Nos dois dias de encontro, o presidente Xi Jinping, 37 líderes internacionais e mais de 5 mil delegados devem negociar novos acordos e discutir os impactos globais e ambientais da iniciativa.

São esperados nesta segunda edição oito políticos a mais que no primeiro fórum, realizado em 2017. Os principais nomes confirmados são Vladimir Putin, presidente da Rússia, Imran Khan, primeiro-ministro do Paquistão, um dos maiores aliados da China, e Giuseppe Conte, primeiro-ministro da Itália, primeiro país do grupo econômico G7 a aderir ao projeto chinês. Os Estados Unidos, que desde o início da gestão de Donald Trump estão em guerra comercial com o país asiático, vão enviar somente um oficial de baixo escalão para o fórum.

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Entre 2013 e 2018, segundo informações divulgadas por um oficial da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China, a iniciativa chinesa já investiu 90 bilhões de dólares nos países parceiros e emprestou valores entre 200 a 300 bilhões. “Enquanto os países estiverem dispostos a trabalhar com a China, nós teremos jardins por todo o Belt and Road ”, afirmou o oficial Xiao Weiming na última segunda-feira. De acordo com a agência de notícias Xinhua, até o momento a China assinou 173 documentos de cooperação com 125 países e 29 organizações internacionais.

Nem tudo caminha, no entanto, da forma com que o governo chinês quer fazer parecer. Pelo menos sete países que haviam entrado na iniciativa suspenderam, diminuíram a escala dos projetos ou tiveram consequências negativas após participar do programa, segundo a agência Bloomberg. Alguns projetos do Belt and Road estão “passando por um período de racionalização e avaliação”, afirmou, em entrevista à Reuters, Li Lifan, do Centro de Estudos para a Iniciativa Belt and Road da Academia de Ciências Sociais de Xangai. No início deste mês, por exemplo, a China fechou um acordo com a Malásia para retomar cerca de 10 bilhões de dólares que seriam investidos em um projeto ferroviário abortado.

Muitos críticos do projeto acusam o governo chinês de causar um impacto negativo nos países parceiros, com dívidas altas, apreensões de terras, casos de corrupção e de degradação ambiental. A falta de emprego para a população local dos países parceiros e a falta de proteção ao trabalhador chinês que emigra para trabalhar nas obras também é questionada.

Pequim reconheceu algumas das falhas e prometeu gerenciar o programa mais de perto, criar regras trabalhistas para as empresas estatais e  mecanismos de auditoria para as companhias que atuam fora do país. De qualquer forma, a iniciativa deve ditar os investimentos externos chineses na próxima década o que pode significar um arrefecimento dos aportes em países fora da área de influência da Nova Rota da Seda, como o Brasil.

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