É cedo para avaliar tendência de déficit no governo, diz especialista
Para professor de finanças públicas da UnB, é necessário esperar os resultados dos próximos meses para verificar se a tendência é negativa
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2010 às 14h54.
Brasília - As contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registraram, em maio, o pior resultado para o mês em 11 anos. No entanto, para o professor de finanças públicas da UnB José Matias-Pereira, ainda é cedo para avaliar os impactos do déficit de R$ 509,7 milhões no mês. "É necessário ter cautela, pois o quadro ainda não está muito claro", disse ele.
Em abril, o governo central havia registrado um superávit de R$ 16,596 bilhões. Apesar da queda, Matias-Pereira diz que é preciso observar o resultado dos próximos meses para avaliar se há uma tendência negativa. "Não se pode determinar o que vai acontecer com base nos dados de um único mês", afirmou.
O ano de eleição pode ser um dos fatores que empurram as conta para o déficit, já que "o governo central tende a ficar mais generoso nesta época", explica Matias-Pereira. O professor se diz preocupado com a situação do próximo governante. "O governo está assumindo uma série de compromissos que aumentam os gastos. Não havendo crescimento, o próximo presidente vai começar 2011 já com problemas em demonstrar resultados", avaliou.