Capacidade de crescimento do país está subestimada, diz BBV
De acordo com a área de pesquisa e estudos macroeconômicos do BBV Banco, o crescimento econômico do Brasil é um tema que volta a preocupar o mercado. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre, que teve modesto crescimento em relação ao mesmo período do ano passado, desencadeou a dúvida em relação ao […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.
De acordo com a área de pesquisa e estudos macroeconômicos do BBV Banco, o crescimento econômico do Brasil é um tema que volta a preocupar o mercado. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre, que teve modesto crescimento em relação ao mesmo período do ano passado, desencadeou a dúvida em relação ao vigor da economia do país. Mas os analistas do banco acreditam que o momento atual camufla um potencial crescimento do PIB em 2002 e 2003.
Segundo relatório do banco (leia ao lado), com a contribuição do setor agropecuário, o consumo e o investimento represados anteriormente, é possível esperar crescimento de 1,5% em 2002 e de até 3% em 2003.
"Ainda que a preocupação seja legítima, tomar o resultado do primeiro semestre como referência é equivocado", dizem os analistas. O primeiro argumento para a afirmativa é que, desde o ano passado, a economia do país sofreu vários impactos, de naturezas diferentes -- e, por isso, a comparação ano contra ano gera distorções.
Um segundo argumento é que o maior impacto da turbulência no mercado financeiro deverá ser sentido no terceiro trimestre. O resultado do segundo trimestre sofreu efeitos, no máximo, de expectativas pessimistas. Portanto, seria o desempenho da economia no terceiro trimestre o indicador mais efetivo da perda de ritmo da atividade.
Por fim, o BBV aponta a limitação do crescimento do PIB como indicador de atividade econômica. E lembra: o cálculo do PIB ainda conta com uma série de aproximações que impedem análise mais completa da atividade econômica. "Isto ocorre particularmente no setor de serviços, justamente o que tem maior peso no cálculo final (62%)", diz o BBV.