Economia

Canadá e EUA entram em fase crucial rumo ao Nafta 2.0

Chanceler canadense interrompeu viagem para ir a Washington examinar "de perto" possíveis mudanças no tratado de comércio

Justin Trudeau e Trump: o primeiro-ministro canadense advertiu que só assinará um acordo "se for bom" para seu país. (Jonathan Ernst/File Photo/Reuters)

Justin Trudeau e Trump: o primeiro-ministro canadense advertiu que só assinará um acordo "se for bom" para seu país. (Jonathan Ernst/File Photo/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 06h37.

Estados Unidos e Canadá iniciam nesta quarta-feira uma fase crucial das negociações para tentar superar as divergências e assinar um renovado Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), após o acordo de princípio alcançado entre Washington e o governo do México.

A chanceler canadense, Chrystia Freeland, que interrompeu uma viagem pela Europa para dedicar-se à questão do Nafta, terá uma reunião em Washington com representantes do governo americano para revisar "assuntos específicos" e examinar "de perto" possíveis mudanças.

"Vai ser um esforço a todo vapor com muitos grupos trabalhando intensamente", disse, após uma breve primeira reunião na terça-feira com o representante comercial americano, Robert Lighthizer, que considerou "muito construtiva".

Freeland se declarou "estimulada" com o acordo de seus sócios, EUA e México.

Mas, apesar de destacar seu compromisso com um Nafta 2.0, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau advertiu que só assinará um acordo "se for bom" para seu país.

Dois temas aparecem como os principais pontos de conflito entre Ottawa e Washington: a abertura do protegido setor canadense de laticínios e modificação do capítulo 19 de solução de divergências em práticas desleais, duas pretensões dos Estados Unidos que o Canadá rejeita.

Freeland retorna à mesa de negociações depois que a revisão do Nafta entre os três sócios não avançou em maio, em parte por conta da proximidade da eleição presidencial mexicana.

As diretrizes para um Nafta 2.0 anunciadas por Estados Unidos e México incluem percentuais maiores de conteúdo regional para a indústria automotiva, assim como requisitos de mão de obra em faixas salariais mais elevadas, proteções mais rígidas para os trabalhadores e um prazo de vigência de 16 anos do tratado, com possível revisão a cada seis.

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